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Famasul lança projeto do Leite Legal

Fabiane Sato - 02 de março de 2004 - 10:52

A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), através da CSPL (Câmara Setorial da Pecuária do Leite de Mato Grosso do Sul), está enviando às 77 prefeituras do Estado o projeto "Leite Legal". Trata-se de um programa de Marketing para o setor leiteiro que visa desenvolver ações educativas nas redes municipais de ensino sobre os benefícios do consumo do leite entre crianças em idade escolar, incutindo o bom hábito do consumo de leite pasteurizado.

O "Leite Legal" pretende atender as oito bacias leiteiras de Mato Grosso do Sul. O projeto, desenvolvido pelas assessorias de economia e de comunicação da entidade, começa com a capacitação dos professores do ensino fundamental, no período de planejamento escolar. Um educador devidamente capacitado na área deve transmitir os conhecimentos necessários para que o tema leite seja trabalho em sala de aula, como assunto interdisciplinar. O material didático, composto por vídeo educativo e cartilha, produzidos pela CSPL, Láctea Brasil e Prefeituras.

Para a assessora de economia da entidade, Adriana Mascarenhas Braga, o projeto deve levar as crianças ao hábito de tomar leite todos os dias, influenciando também seus pais. "Dessa forma, além de incentivar um hábito saudável, também aumentamos o consumo do produto no Estado, beneficiando os produtores rurais", explicou.

O "Leite Legal" deve avaliar a condição física das crianças e o rendimento escolar nas várias etapas do projeto. Os alunos do ensino fundamental devem receber 200 mililitros de leite no início da aula. O alimento pode ser adquirido pela Prefeitura em parceria com a Câmara.


Consumo menor

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que nos últimos três anos o consumo de leite por pessoa diminuiu. A queda da renda dos brasileiros é a principal razão. Hoje, o consumo médio por habitante no País é de 130 litros por habitante/ano, sendo que a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) aponta que o consumo ideal de 170 litros por habitante/ano. Uma diferença que parece mínima no dia-a-dia, mas representa uma ingestão 23,53% menor da considerada ideal.


Osteosporose infantil

A menor ingestão de cálcio pelas crianças brasileiras tem preocupado a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, que em outubro do ano passado, divulgou dados da substituição de alimentos saudáveis pela bebida carbonada – refrigerante pelas crianças e os problemas que esses fatores podem causar. Segundo a pesquisa, a brecha existente entre a recomendação de cálcio e a ingestão habitual acontece especialmente entre os 9 e 18 anos de idade. A ingestão média desses grupos varia entre 700 a 100 mg/dia de cálcio, sendo que o ideal seria entre 1.200 mg/dia a 1.500 mg/dia.

A Sociedade teme que, em poucos anos, as crianças já comecem a apresentar descalcificação. Os dados divulgados pela NOF (National Osteporosis Foundation) mostram que 40% das mulheres negras com mais de 50 anos têm problemas de descalcificação, já as brancas, são 72%. Os homens também têm osteoporose, 23% da população masculina de negros têm o problema, enquanto o percentual de homens com mais de 50 anos são 42%.

A SBEM também coloca a divulgação como item crucial para aumentar o consumo de cálcio, com enfoque na ingestão do leite – produto mais rico em cálcio.

A pesquisa quer atingir todos os alunos do ensino fundamental no Estado, que são 196.295 crianças. Para que o projeto seja levado às escolas municipais a Câmara vai precisar da parceria das prefeituras na elaboração, na preparação de seus professores e apoio dos governos municipais.

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