Após fecharem o ano passado com valor negociado recorde de US$ 1,149 bilhão, as exportações sul-mato-grossenses correm o risco de não alcançar o mesmo desempenho em 2006. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mostram que entre janeiro e junho foram exportados US$ 421,1 milhões, recuo de 16,4% na comparação com o mesmo período de 2005.

Em junho, segundo a Secex, os embarques somaram US$ 72,1 milhões – queda de 36,8% sobre igual mês do ano passado, quando foram vendidos US$ 119,6 milhões ao exterior. O desempenho abaixo do esperado fez com que Mato Grosso do Sul perdesse espaço no conjunto das exportações brasileiras entre janeiro e junho deste ano. A participação do Estado passou de 0,94% para 0,69% no período comparado. No primeiro semestre de 2005, as empresas sul-mato-grossenses comemoravam o recorde das exportações registrado em junho – o melhor resultado da história. Os embarques fecharam o ano com valor recorde nos negócios, graças à venda de soja, carne bovina, frango e minérios. Para este ano, as projeções são as piores possíveis devido à aftosa e ao aumento de casos da gripe das Aves na Ásia e Europa.

As exportações de carne bovina, por exemplo, caíram 83% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2005. Foram exportados somente US$ 23,3 milhões, contra US$ 143,6 milhões nos primeiros seis meses do ano passado. Os demais produtos, como soja, frango e minérios, mantiveram o mesmo nível de comercialização de anos anteriores.

De acordo com os dados, os embarques de soja em grão, óleo e farelo totalizaram US$ 165,7 milhões, enquanto os de minérios somaram US$ 46,4 milhões nos primeiros seis meses. Já as exportações de frango atingiram US$ 45,9 milhões no período, garantindo a terceira colocação na pauta estadual.


Balança comercial

Ao mesmo tempo em que as vendas externas registraram queda, as importações atingiram valor expressivo entre janeiro e junho. As importações totalizaram US$ 769,7 milhões, contra US$ 421,1 milhões das exportações. Com esse resultado, o déficit na balança comercial alcançou US$ 348,6 milhões no primeiro semestre.

Do montante importado, US$ 546,6 milhões correspondem à compra do gás da Bolívia. Já em junho, as importações do produto somaram US$ 101,8 milhões. A aquisição do produto, que rende cerca de R$ 30 milhões mensais aos cofres do Estado, está ameaçada em virtude da nacionalização das jazidas de gás e petróleo, anunciada em maio pelo Governo boliviano.

No semestre, a China aparece como o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, com negócios de US$ 91,9 milhões. Em seguida aparece a Argentina, cujas compras atingiram US$ 47,4 milhões. Para a Holanda, de acordo com a Secex, foram exportados US$ 35,8 milhões entre janeiro e junho.


Autor: Antonio Carlos Teixeira - Correio do Estado