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Em tempos de internet na palma da mão, selfie no Carnaval pode 'queimar filme'

Campo Grande News - 04 de março de 2014 - 07:02

Postou na empolgação, usou de legenda as marchinhas de Carnaval, ou a frase do hit do Funk do momento e no dia seguinte... Quando o número de notificações nas redes sociais é maior do que o normal, na certa tem vergonha alheia, ou de si próprio, publicada. Em tempos que a internet está na palma da mão, o autorretrato compartilhado ganhou o nome de ‘selfie’ e uma dimensão ainda mais queima-filme.

Quer ver só? Em pouco mais de 30 minutos dentro da folia, os olhos não desgrudavam a tela do celular. Nesta segunda-feira, na estreia do bloco “Capivara Blasé”, com a internet liberada, o que tinha era gente tirando foto de si mesma e marcando os amigos. Uma forma de chamar a galera que ainda estava em casa. Até aí, tudo bem, a festa só estava no começo e a sobriedade ainda falava mais alto.

“Se bate arrependimento? Bate. Mas tem que aceitar, o que vai fazer?” comenta a fisioterapeuta Juliana Minna, de 25 anos. Entre as companhias da noite, tinha quem já tivesse uma história para contar. “Ano passado, no Cordão, no final da noite, a maquiagem já estava toda borrada. No outro dia, dá vontade de apagar, mas daí 200 pessoas já curtiram, já viram... Você vai apagar como?” diz Graciela Minna, de 37 anos, corretora de imóveis.

Postou na empolgação, usou de legenda as marchinhas de Carnaval, ou a frase do hit do Funk do momento e no dia seguinte... Quando o número de notificações nas redes sociais é maior do que o normal, na certa tem vergonha alheia, ou de si próprio, publicada. Em tempos que a internet está na palma da mão, o autorretrato compartilhado ganhou o nome de ‘selfie’ e uma dimensão ainda mais queima-filme.

No geral, a justificativa para um selfie queima-filme vem da bebedeira que fica explícita com o passar da noite, se não for pior. “O que mais tem é pegar na noite e postar foto. Não aconteceu comigo, mas eu já vi”, relata a policial Juliana Gabriela Martins, de 29 anos. Ela e a amiga, Carla Andrea, de 27 anos, chamavam amigos para ir para o Carnaval de rua. Além de compartilhar fotos juntas, as duas têm o que chamam de segredo para evitar a vergonha no dia seguinte.

“Não postar quando tiver bêbada. Fim de festa não, posta a hora que chega”, resumem.

A regra pode valer para Carnaval ou não. Por se tratar de um feriado que presumidamente, todo mundo sabe que os amigos estão bebendo, a comemoração entre fevereiro e março pode ser desculpada sem grandes pesares.

Para a consultora Nathalia Macedo, de 28 anos, uma frase define e pode salvar muito bem a autoimagem perante às redes sociais. “Se tiver boa, posta. Senão, apaga, ou fica no celular, mas só de recordação”.

Aí podem ficar as fotos que por ventura vão te assustar a cada olhadinha na galeria de imagens. Retratos e selfies que você nem se lembrava, que se não compartilhados em público, podem render boas risadas entre amigos.

O problema é que quem bebe muitas vezes não sabe detectar quando já passou da hora de tirar e postar fotos. O estudante André Pessoa, de 17 anos, já excluiu sem pensar duas vezes, fotos que não deveriam ter sido postadas. Mas quando a pergunta se refere ao número de vezes que a foto foi curtida, ele recorda. “30, 40 curtidas”. Ou seja, pelo menos essas dezenas de pessoas viram.

“Você tenta olhar bem antes de postar, mas depois da bebida, você não sabe de mais nada”, argumenta. E é aí que mora o perigo do selfie.

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