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Dólar desaba 2,4%
A cotação do dólar desabou 2,4% nesta quarta-feira, diante de uma série de notícias positivas para a economia brasileira. A divisa norte-americana chegou a fechamento do pregão vendida a R$ 1,664, uma queda de quase R$ 0,04 em relação a ontem quando a moeda chegou a R$ 1,705.
Conforme a agência Reuters, os investidores foram pegos de surpresa com o corte de 0,25% no juro dos EUA, que foi definido pelo Federal Reserve em 2% ao ano. Paralelamente, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a nota da dívida soberana do Brasil para BBB-, o primeiro do chamado grau de investimento.
As operações no Brasil vinham sendo conduzidas para um dia sem grandes novidades, com o mercado envolvido na disputa pela Ptax (taxa média do dólar, usada no cálculo de contratos futuros). Poucos negócios passaram a ser feitos à vista em dólar.
Analistas consideram que, com as novidades, a tendência de queda do dólar, que vinham sendo questionadas diante do déficit em operações comerciais do País, voltam à tona.
A Bolsa de São Paulo disparou 5,9% assim que a decisão da S&P veio a público. Já a cotação do dólar acumula agora queda de 5,13% em abril, e de 6,42% no ano.
FED O corte de juro nos EUA foi considerado o último de uma série, com o objetivo de ajudar uam economia que, ainda hoje, sente os efeitos da crise do setor imobiliário e do mercado de crédito. Foi a sétima redução em seqüência, acumulando um corte de 3,25% desde setembro.
A redução na taxa ocorreu para coroar declarações feitas ontem pelo presidente George W. Bush, que reconheceu o momento difícil da economia nos EUA onde o produto interno bruto cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre.
Os gastos dos consumidores e a construção de imóveis despencaram, e Ben Bernanke, chairman do FED, reconheceu que uma recessão é possível. Ao mesmo tempo, o preço da gasolina se aproxima dos US$ 4 o galão, e o preço dos alimentos vem sendo pressionado em caráter global situações que preocupam os especialistas.
S&P Já a decisão da Standard & Poor's caiu como uma luva na economia brasileira, que aguardava há anos a qualificação de grau de investimento para o País. O rating (nota) é a opinião sobre a possibilidade de uma empresa ou país quitar seus compromissos financeiros.
A avaliação é feita por empresas especializadas, com notas que apontam para um maior menor risco de suspensão de pagamentos, a partir de parâmetros como a situação financeira, condições do mercado mundial e opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e acadêmicas.
Na S&P, o rating BBB- é o de Qualidade Média, o primeiro no chamado grau de investimento - onde investidores se sentem seguros para aplicar recursos no mercado avaliado. No caso do Brasil, analistas consideram ser resultado da política econômica estável durante a crise mundial.