Com a Timemania, nova loteria oficializada hoje (14), os clubes de futebol recebem 22% do que é arrecadado com as apostas. Mas no início não verão a cor do dinheiro. Os recursos, arrecadados pela Caixa Econômica Federal, serão transferidos diretamente para seus credores. A loteria foi criada com o pretexto de ajudar os clubes a pagar suas dívidas.

O coordenador do Grupo de Trabalho da Timemania, Paulo Prisco Paraíso, afirma que não há perigo de o dinheiro ser usado para outro fim. “É um produto engenhoso que amarra [a transação financeira]. O governo recebe o que tem para receber, o clube consegue gerar receita”. Os clubes devem atualmente cerca de R$ 900 milhões para a União.

A Timemania tem ainda regras para adesão e permanência. Os clubes não podem contrair novas dívidas fiscais, devem manter o pagamento das parcelas do refinanciamento em dia e apresentar balanço financeiro das atividades. Caso contrário, são excluídos da loteria.

Uma vez que as dívidas estiverem quitadas, a verba da Timemania pode ser usada para investimento no esporte, como construção de estrutura de treinamento, contratação e manutenção de jogadores.

O presidente do Internacional (RS), Fernando Carvalho, disse que recuperar os clubes financeiramente não apenas fortalece o futebol brasileiro. “O futebol é responsável por empregar 1 milhão de pessoas direta e indiretamente. É inquestionável sua relevância social”.

Carvalho representou o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, no evento em que a lei foi sancionada, no Palácio do Planalto. O grupo reúne alguns dos maiores clubes do país.