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Geral

Descoberta a molécula que cura úlcera na pele

02 de outubro de 2004 - 16:03

O Instituto de Investigação em Imunologia (iii), mantido pelo Governo Federal, descobriu uma molécula capaz de curar a Leishmaniose cutânea (úlcera na pele) no estágio mais avançado da doença. Isso significa que a grande maioria dos casos poderá ser curada. De acordo com Luiz Vicente Rizzo, professor do Departamento de Imunologia da Universidade de São Paulo (USP) e membro do iii, a descoberta foi possível com a associação da molécula GM-CSF ao tratamento convencional da doença, em uma iniciativa pioneira da Ciência. “Hoje, não existem mais casos incuráveis e, além disso, podemos acelerar em 100% o tratamento dos mais simples”, comemora Rizzo.

Por enquanto, a GM-CSF, que reduz as probabilidades de infecções, somente é produzida para pacientes em tratamento, pois uma empresa norte-americana detém a patente da molécula. A substância deve ser aplicada diretamente sobre as úlceras na pele juntamente com o tratamento convencional, que consiste na aplicação de medicamentos por via intramuscular e endovenosa.

Segundo o pesquisador, apesar da patente, molécula GM-CSF perdeu valor comercial no mercado externo, porque já existem substâncias que suprem seu papel no tratamento de outras doenças. “Com isso, a patente da GM-CSF pode ser quebrada a qualquer momento, uma esperança para a produção em escala”, comenta Rizzo. A GM-CSF é uma sigla inglesa que significa fator estimulante de colônia de granulócitos e macrófagos, e é utilizada para estimular a produção de leucócitos.

O iii foi pioneiro na associação da substância ao tratamento da Leishmaniose. A descoberta, que aconteceu após quase dois anos de pesquisa, foi feita por pesquisadores da Bahia, coordenados por Edgar Marcelino de Carvalho, e publicada em maio passado na conceituada revista inglesa Vaccine, destinada às mais recentes descobertas da imunologia.

A Leishmaniose é transmitida ao homem e ao cachorro, seu principal hospedeiro, por um tipo de pernilongo é mais comum no Nordeste do País, o mosquito flebotomídeos, principalmente do gênero Lutzomya, popularmente chamado birigui, mosquito palha ou corcundinha. Porém, a doença também já afeta Minas Gerais e a região Norte paulista. “Percebemos um aumento nos índices de infectados nessas regiões onde antes era difícil o diagnóstico da Leishmaniose”, comenta. Calcula-se que 100 mil pessoas sofram atualmente da doença no Brasil.


SOBRE O INSTITUTO - O Instituto de Investigações em Imunologia atua desde 2002 em uma rede virtual de laboratórios formada por 32 pesquisadores, de 10 instituições distribuídas em vários Estados, onde são desenvolvidos trabalhos nas áreas de tratamento de doenças alérgicas, transplante de órgãos, imunodeficiência, imunoterapia de tumores e vacinação. O iii constitui um dos 17 Institutos do Milênio, que visam apoiar o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).



COMPANHIA DE IMPRENSA

Maria do Socorro Diogo – Heitor Barbo

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