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Cultivo consorciado e monocultivo: qual o melhor?

Agência Notisa - 05 de dezembro de 2005 - 06:57

Pesquisa mostra que cultivos consorciados de alface americana e de rabanete permitem um melhor aproveitamento dos fatores de produção, com aumento na produção por unidade de área.



O monocultivo na olericultura é caracterizado pela utilização intensa do solo, da água e de insumos, além de exigir elevados investimentos. Dentre as práticas culturais ou técnicas que podem contribuir para a realização da agricultura sustentável na olericultura, tem-se o cultivo consorciado de hortaliças. Entre as vantagens deste sistema de cultivo, tem-se a maior diversidade biológica, maior cobertura do solo e, consequentemente, melhor controle sobre a erosão eólica, laminar e sobre as plantas daninhas, maior eficiência de uso da terra e maior aproveitamento de recursos renováveis, não renováveis e de insumos. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo em um estudo que avaliou a viabilidade econômica de cultivos consorciados de alface americana e de rabanete em relação aos seus monocultivos.

No estudo, foram utilizados os resultados de produções obtidos em um experimento conduzido em uma área experimental da UNESP em Jaboticabal. De acordo com artigo publicado na edição de julho/setembro de 2005 da revista Horticultura Brasileira, “a análise econômica pode ratificar ou não o sucesso do cultivo consorciado constatado no índice de eficiência da terra, auxiliando os agricultores na tomada de decisão, sobretudo no que se refere ao que plantar e como plantar”.

Os pesquisadores constataram no estudo que na estimativa do custo operacional total do cultivo consorciado de alface e rabanete, houve um aumento de aproximadamente 54,1% e 48% em relação ao valor gasto com mão-de-obra nos monocultivos de alface e rabanete, respectivamente. Segundo eles, “a maior quantidade de mão-de-obra observada no cultivo consorciado deve ser atribuída às operações realizadas para as duas culturas, tais como transplantio da alface e semeadura do rabanete, adubação de cobertura, colheita e pós-colheita”.

Entretanto, houve uma considerável economia no cultivo consorciado relativa às operações envolvidas na limpeza do terreno até o encanteiramento, adubação de plantio, irrigação, aplicação de defensivos e capina manual. Sendo assim, a equipe explica que “apesar de o custo operacional total do cultivo consorciado ter sido maior do que os custos dos monocultivos da alface e do rabanete, o aumento significativo conseguido na quantidade de produto por área no consórcio refletiu positivamente sobre a receita bruta, resultando em maior receita líquida, demonstrando ser vantajosa a associação das culturas da alface e rabanete para a época estudada”.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)

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