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Cuiabá: Vereador perde mandato e deixa Câmara chorando

Valdemir Roberto, 24 horas news - 17 de novembro de 2009 - 06:34

Lutero Ponce assiste a sessão que decidiu sua cassação por desvios na Câmara Luiz Alves
Lutero Ponce assiste a sessão que decidiu sua cassação por desvios na Câmara Luiz Alves

Não adiantou o choro, nem mesmo toda a movimentação da tropa de choque, que passou o dia tentando evitar o inevitável. Lutero Ponce (PMDB) acabou sendo cassado. Foram 14 votos pela sua saída da vida política, quando apenas quatro a favor, sendo um seu e uma abstenção.


O destino do ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, acusado de chefiar desvio de R$ 7,5 milhões dos cofres da casa começou a ser definido na manhã de ontem. Nos bastidores era claro que o vereador iria seguir o mesmo destino de Ralf Leite, que foi cassado. Foi um decisão histórica, que terminou às 18h24.

O relator da Comissão Processante, vereador Lúdio Cabral (PT) usou a tribuna por três horas para pedir a cassação de Lutero Ponce. No período da tarde, a sessão se arrastou entre vereadores que integravam a tropa de choque de Lutero, tentando pedir sua absolvição. Logo depois seu advogado, Paulo Taques usou a tribuna por duas horas para alegar que seu cliente estava sendo perseguido pelo atual presidente da Câmara, Delcimar Silva (PP) e que não poderia ser cassado uma vez que ainda não havia sido julgado pela Justiça Comum sobre a questão do desvio de verbas.

Lutero Ponce aproveitou o tempo de seu advogado para, chorando, pedir aos vereadores que fizessem justiça, permitindo que mantivesse seu mandato de vereador. Não adiantou! Ao encerrar o tempo do advogado, Delcimar Silva anunciou que a votação seria em aberto e por maioria absoluta. O vereador Clovito, integrante da tropa de Lutero Ponce chegou a reclamar que não era justo e que a votação teria de ser por 2/3 com a necessidade de 15 votos. Não adiantou, Delcimar confirmou sua decisão.

A votação começou logo em seguida e o inevitável aconteceu. Lutero Ponce foi cassado por 14 votos, sendo quatro a seu favor, um dele próprio e uma abstenção, curiosamente do relator do processo, o vereador Lúdio Cabral (PT). Votaram por Lutero, Clovito, Chico 2000 e Lueci Ramos.

Ao final da votação, chorando, Lutero Ponce, acompanhado por seus filhos deixou o plenário da Câmara sem querer falar com ninguém. Apenas seu advogado, Paulo Taques falou, afirmando que Delcimar Silva não cumpriu os ritos normais da casa, que era dois terços para a cassação e que vai recorrer da cassação de seu candidato. “Houve tumulto, perseguição e queremos a reação da justiça”, disse o advogado.

Comemorando a derrota de seu inimigo político, Delcimar Silva disse que foi fiel ao preceito constitucional. “Só cumpri o que foi encaminhado pela casa de leis, segui a determinação e o recurso é direito de todos. Cabe a Ponce recorrer. Nunca desejei nada a ninguém, não existe perseguição. Segui o que a sociedade pediu. Agora vamos chamar o suplente Arnaldo Penha, para tomar posse.

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