A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a relação das casas de bingos do país com a lavagem de dinheiro e o crime organizado, começa a ouvir em alguns instantes os depoimentos de Valderi Albuquerque e Mário Haag, ex-presidente e ex-vice-presidente de Logística da Caixa Econômica Federal (CEF).

Ontem (16), durante reunião administrativa, a comissão aprovou requerimento para que a Polícia Federal ouça os depoimentos de Sâmia Amin Santos (ex-esposa de Walter Santos Neto e sócia da S. Santos Assessoria), Rodrigo Carvalho Lima, Fernando Ayres de Lima (sócios da empresa Araújo Fontes), Marcelo Martins Araújo e Evaldo Fontes (sócios da Araújo Fontes). De Elza Buratti, Rosângela Buratti e Renato Buratti Neto (ex-esposa, irmã e irmão respectivamente de Rogério Buratti), Luís Antonio Prado Garcia (sócio da Assessorarte), e Sebastião Sérgio da Silveira (promotor de Ribeirão Preto). Além de Ana Cristina Sena (ex-chefe de gabinete de Waldomiro Diniz) e Vânia Ataídes (ex-recepcionista do 21º andar do edifício sede da CEF).

Segundo a comissão, essas pessoas estariam envolvidas, respectivamente, com Walter Santos Neto, sócio da empresa MM Consultoria Ltda, acusada de ser "laranja" na distribuição de recursos ilícitos obtidos na renovação do contrato entre Gtech e a Caixa; Rogério Buratti, citado por dirigentes da Gtech como consultor indicado por Waldomiro Diniz para intermediar as negociações entre CEF e Gtech; e Waldomiro Diniz; ex-subchefe de assuntos parlamentares da Casa Civil da Presidência da República.

Amanhã, prestam depoimento à CPI dos Bingos, Paulo Bretas e Carlos Cartell, ex-dirigentes da CEF. No próximo dia 23, devem comparecer à comissão o tesoureiro de campanha de Benedita da Silva ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Sereno, e o Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado. No dia 24, prestam depoimentos os ex-presidentes da CEF Danilo de Castro, Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai, além do atual presidente da CEF, Jorge Mattoso. Já no dia 25, estão marcados os depoimentos de Enrico Gianelli, ex-advogado da Gtech, e Denivaldo Henrique Almeida.