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Congresso vai discutir doença que mata mais que câncer

08 de junho de 2004 - 14:20

Acontece em Curitiba, entre 11 e 15 próximos, o XI Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (VIII Fórum Latino-Americano de Ressuscitação e Emergências Cardiovasculares e I Simpósio de Emergências Médicas) com o firme propósito de chamar a atenção para as novidades no combate à sepse (nova denominação da septicemia), uma das doenças que mais mata no Brasil e no mundo.

O evento, que deverá reunir mais de três mil médicos de todo o país, trará como novidade o lançamento na América Latina da campanha "Sobrevivendo à Sepse", um consenso internacional com as últimas recomendações de tratamento desta doença, que apresenta altos índices de mortalidade - entre 30 e 50% dos casos.

“A sepse é, sem dúvida, o grande desafio deste século”, afirma o médico intensivista Eliézer Silva, responsável pelo Centro de Terapia Intensiva do Hospital Albert Einstein e presidente do Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse, que será oficialmente lançado até o fim deste mês.

O documento que dá base à campanha “Sobrevivendo à Sepse” foi elaborado por três das mais importantes sociedades de medicina intensiva do mundo - a Society of Critical Care Medicine, dos Estados Unidos, a European Society of Intensive Care Medicine e o International Sepsis Forum. Mas, além delas, mais onze entidades médicas dão respaldo ao termos do consenso que visa a redução das mortes em decorrência da sepse.

“Trata-se do maior evento brasileiro de medicina intensiva de todos os tempos e já estamos com quase 4.000 inscrições”, comenta o médico paranaense Álvaro Réa Neto, presidente do Congresso. Para ele, o interesse pela terapia intensiva cresceu muito nos últimos anos e, hoje, UTI é sinônimo de “porta para a vida” e de tratamento muito mais humanizado e afetuoso.

Segundo Réa Neto, a sepse, uma forma gravíssima de infecção, vai receber atenção especial durante o evento e render boas novidades: hoje, novos tratamentos garantem melhora de sobrevida e da própria qualidade de vida dos pacientes.

De difícil diagnóstico, a sepse é motivada por uma infecção, que determina resposta inflamatória generalizada, disfunção de órgãos e pode levar rapidamente à morte. Essa condição pode vitimar qualquer um, principalmente os portadores de infecção associada a eventos como pneumonia, traumatismo, cirurgias e queimaduras, ou então, câncer e AIDS.

Quase um terço dos pacientes de UTIs ou já chegam com sepse ou a desenvolvem quando lá permanecem por algum tempo. A doença é a principal causa de mortes em UTIs em todo o mundo. No território nacional, a sepse grave é a causa de 70 mil internações ao ano. Nos Estados Unidos, há 700 mil novos casos de sepse grave anualmente. No mundo, a sepse mata mais do que a AIDS, o câncer de mama e tanto quanto o infarto. Prevê-se que haverá um aumento de 140% na incidência de sepse nos próximos dez anos.



No Brasil, Tancredo Neves é uma das mais conhecidas vítimas da sepse no passado recente. A sepse grave é mais comum em idosos do que na população geral. Pacientes com mais de 65 anos gastam mais de 50% do orçamento da Saúde e respondem por cerca de 60% dos dias de UTI. Pessoas com mais de 75 anos gastam sete vezes mais dias de UTI do que a população mais jovem.



Entre as recomendações do consenso, estão o uso da proteína C ativada humana recombinante em pacientes com sepse grave e alto risco de morte. Este é o princípio ativo do medicamento Xigris (www.xigris.com.br), primeira droga específica para tratar a doença. Até a chegada deste medicamento no mercado, a sepse não contava com tratamento exclusivo e estava limitada ao controle das disfunções orgânicas e ao uso de antibióticos. Nos últimos 20 anos, inúmeros compostos experimentais para tratar esta devastadora doença foram testados sem êxito.



Rumo Comunicação Empresarial

Regina Rocha / Ana Silvia Maciel

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