Para ver, nas salas de aula, a história afro-brasileira ao lado dos colonizadores europeus, um esforço conjunto está sendo feito. O ministério da Cultura, por meio da Fundação Palmares, estimula a criação de apoios pedagógicos com o lançamento, na noite de ontem, do I Concurso Nacional para a Produção de Livros e Vídeos sobre História, Cultura e Literatura Afro-Brasileiras. Ao mesmo tempo, o ministério da Educação trabalha para a atualização de antigos professores e a formação de novos.

Já o escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul prepara uma cartilha contando a história dos negros na região. Para o presidente do Iphan, Antônio Arantes, “a expectativa é que tenha um efeito multiplicador”. Na avaliação de Arantes, “são setenta anos de trabalho e apenas recentemente o Instituto começa a ganhar as cores do Brasil”.

As expectativas são as melhores. “Já temos recursos para um próximo edital”, conta o presidente da Fundação Palmares, Ubiratan Castro. Neste primeiro concurso, os trabalhos serão direcionados a jovens e adultos. O próximo será para adolescentes e, em 2006, para o público infantil. ”Temos também um projeto que deve ser lançado no dia 22 de agosto para quarenta programas de rádio e CDs”, adianta.

Segundo Ubiratan Castro, há ainda possibilidades do Fundo Nacional da Cultura trabalhar com “grandes linhas de investimento” em projetos sobre afro-descendentes. “Introduzir o negro na educação brasileira é uma revolução no ensino”, comemora o presidente da Palmares.