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Conclave para escolha do papa começa no dia 18

06 de abril de 2005 - 13:27

O colégio de cardeais da Igreja Católica decidiu nesta quarta-feira (6) que o conclave para a escolha do sucessor de João Paulo 2º, morto no sábado, vai começar no dia próximo dia 18, uma segunda-feira, informou Joaquin Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano.
O conclave terá regras de isolamento mais brandas e anunciará o eleito com sinos, e não apenas com fumaça, informou nesta terça-feira o arcebispo Piero Marini, mestre de cerimônias do Vaticano, de acordo com texto da agência de notícias Reuters.

\"Desta vez o isolamento será mais brando\", disse Marini a repórteres. \"Antes, os cardeais ficavam trancados, com as janelas fechadas, dividindo os banheiros. De certa forma era mais fácil, porque eles estavam todos trancafiados para tomar uma decisão, mas havia muitas dificuldades. Os pobres coitados não podiam sair\", disse ele.


O conclave foi adotado em 1241, após a morte de Gregório 9º, e a palavra significa \"com chave\" - os cardeais eram obrigados a permanecerem fechados até uma decisão final.

Segundo a Reuters, as mudanças no conclave foram definidas por João Paulo 2º. Haverá uma equipe de limpeza, e os cardeais poderão se movimentar pela Cidade do Vaticano e até passear pelos jardins.

Quando o novo papa for escolhido, o Vaticano não queimará apenas as cédulas, mas também fará soar os grandes sinos da basílica de São Pedro, para que não haja confusão entre a multidão e a mídia para decidir se a fumaça é branca ou preta. A fumaça preta indica uma votação frustrada, em que nenhum cardeal atingiu a maioria necessária.

De acordo com a norma estipulada por João Paulo 2º em 1996, o Santo Padre é definido com 2/3 dos votos mais um, até a 30ª votação. Depois disso, passa a valer a regra da maioria dos votos mais um.

Fila para ver o papa
As filas em direção à basílica de São Pedro, onde está sendo velado o corpo do papa, dobraram de tamanho nas últimas horas. Desde a noite de segunda-feira, ao menos 1,2 milhão de pessoas já passaram pela praça São Pedro.

A basílica fechou as portas aos peregrinos durante três horas na madrugada desta quarta, das 2h às 5h (horário local), para permitir os trabalhos de limpeza e manutenção.

\"Havia chegado quase às escadas da basílica quando as portas se fecharam. Por isso tive que esperar uma boa parte da noite diante das portas, mas valeu a pena\", explicou à AFP um italiano.

Em uma fila quilométrica, estão entrando na maior basílica da cristandade cerca de 300 pessoas por minuto, o que representa quase 20.000 por hora ou cerca de 400.000 por dia, segundo estimativas.

Em meio a fortes medidas de segurança, as pessoas que passam pela via da Conciliação, a avenida que une Roma ao Vaticano, somam-se a cada hora milhares de indivíduos recém-chegados de outras cidades italianas e do exterior.

Na zona, estão 3.000 policiais e carabineiros (polícia militarizada), enquanto em outras áreas da cidade, a segurança aumentou com mil de oficiais extras.

Na entrada da basílica, a vigilância foi reforçada com 120 policiais vestidos à paisana e que se revezam a cada seis horas para evitar incidentes entre a cansada multidão.

O velório público estará aberto até quinta-feira de noite, horas antes da missa funeral pelo Pontífice.

Funeral
O funeral está previsto para acontecer na sexta-feira (8), às 10h (5h de Brasília). O corpo será enterrado nas Grutas Vaticanas, a poucos metros do túmulo de são Pedro (o primeiro papa).

Pela primeira vez no enterro de um papa, o rosto de João Paulo 2º será coberto com um véu de seda branca, anunciou Marini.

A cerimônia de sepultamento será presidida pelo cardeal alemão Joseph Ratzinger, que foi um dos mais próximos colaboradores do papa, chefe da Congregação pela Doutrina da Fé e dignitário do Colégio de Cardeais.

Segurança especial
O funeral contará com a presença de cerca de 200 líderes mundiais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcará na quinta-feira para a cerimônia, junto com outras autoridades, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.

Os ex-presidentes norte-americanos Bill Clinton e George Bush vão acompanhar a delegação do atual líder, George W. Bush. A secretária de Estado Condoleezza Rice também estará na comitiva.

Roma está montando um escudo de defesa que inclui uma zona de embargo aéreo e mísseis antiaéreos.

Operações para o controle de multidões já estão sendo realizadas - a cidade oferece barracas e áreas de camping para centenas de milhares de fiéis que chegam ali sem ter acomodações.


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