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Cinema nacional renasce e conquista público

Alessandra Bastos/ABr - 14 de março de 2004 - 08:12

Com boas bilheterias e investimentos de grandes estúdios e emissoras de TV, o cinema brasileiro se tornou o novo queridinho do público. Não foi só a Lei Rouanet que bateu recorde. O país nunca produziu tanto. Em 2003, foram 40 filmes. As exibições de filme nacional no circuito interno cresceram 12% em 2003. O novo Conselho de Cinema foi instituído, a participação brasileira nos festivais internacionais e as indicações aos maiores prêmios cinematográficos, - entre eles o Oscar - voltaram a fazer parte da trajetória do cinema brasileiro. Em Brasília, foi realizado o Primeiro Mercado do Filme Brasileiro e o governo prepara um novo projeto para acabar com a discriminação nas telas, intitulado "O Direito à Diferença".

Toda essa movimentação mostra que o cinema nacional está renascendo e passando por uma fase tão brilhante quanto a década de 60, quando os filmes brasileiros eram reconhecidos em festivais internacionais consagrados. Foi nessa época que "O Pagador de Promessas" (1962), de Anselmo Duarte, se tornou o primeiro filme nacional a receber uma indicação ao Oscar de Melhor Filme (1963) e a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, como Melhor Longa-metragem, em 1962. Em 1963, foi a vez de "Vidas Secas", de Nelson Pereira, conquistar a crítica nacional e internacional.

Ainda nos anos 60, o cinema brasileiro se tornaria mundialmente conhecido com um jeito novo para a época de se pensar e trabalhar a imagem. O cineasta Glauber Rocha, impressionou o mundo com "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) e "Terra em Transe" (1967). Com o avanço da ditadura militar e da repressão, as questões sociais dividiram a cena com a pornografia - maneira encontrada pelos cineastas para burlar os censores. Era a época da "pornochanchada". Ao contrário da música, que encontrou na ditadura o seu período mais forte em letras, o cinema sofreu um duro golpe, perdeu conteúdo e, com baixa qualidade de som e cores, foi desaparecendo das telas.

Agora, 30 anos depois, os filmes voltam às salas de exibição e os brasileiros novamente se orgulham de sua cultura e de seus cineastas. "O Quatrilho" (1994), de Fábio Barreto, marcou a retomada, que foi coroada em 1998, com "Central do Brasil", de Walter Salles. Assim, a chamada "nova safra" foi chegando, devagarzinho, e recuperando o espaço perdido. A volta se completou com "Cidade de Deus" (2002), de Fernando Meirelles, que obteve quatro indicações ao Oscar - Melhor Diretor, Fotografia, Roteiro Adaptado e Montagem.

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