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Cassilândia: Polícia investiga denúncia de trabalho escravo
Uma fazenda, na região da Vaca Parida, no município de Cassilândia (MS, foi inspecionada ontem (18) pela Polícia Civil, Vara do Trabalho, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho. O motivo foi uma denúncia de trabalho escravo.
O delegado Rodrigo de Freitas disse que trabalhou durante todo o dia de ontem e hoje, para concluir o inquérito e fazer a remessa para o Judiciário. Caso fique constatado o trabalho escravo, a Polícia Federal será acionada, contou em entrevista à Rádio Patriarca.
Preferiu, por enquanto, não revelar o nome do empreiteiro, nem mesmo do proprietário da fazenda.
O juiz da Vara do Trabalho, Luis Divino, também disse em entrevista, que houve necessidade da sua presença no local, devido a gravidade do caso.
Contou que no dia 13 de maio, recebeu dois trabalhadores dizendo que estavam trabalhando, numa determinada fazenda, no cultivo de eucalipto, e que não receberam os seus salários. Segundo os denunciantes informaram o juiz, o empregador não fazia o pagamento dos salários e como são do Maranhão, não tinham condições de retornarem à origem.
Eles disseram ao magistrado que vieram a pé da Vaca Parida a Cassilândia, um trecho de aproximadamente 80 quilômetros. Saíram em seis e no caminho, alguns desistiram.
\"Estavam com dois dias sem alimentação e repouso adequado\", disse o juiz. A primeira providência foi arrumar um local para ficarem. Eles estão no Lar dos Idosos São Francisco de Assis.
Tomou-se a decisão de fazer a diligência em conjunto, com a Vara do Trabalho, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Polícia Civil.
Lá encontramos uma situação muito grave, de abandono total. Catorze trabalhadores ainda atuando, não tinham recebido o salário do mês de abril. Alguns relataram situação inadequada quanto a alimentação, com a situação deprimente, principalmente com relação ao alojamento, inabitável. É inaceitável um ser humano ficar naquele local. Melhor preparado, talvez abrigasse 3 a 4 pessoas. Lá estavam 14\", contou.
Os trabalhadores foram conduzidos para Cassilândia, ouvidos pelo Delegado e o proprietário da terra, porque o empreiteiro não demonstrou condição financeira e estava na Justiça do Trabalho fazendo os pagamentos a todos os empregados.
E isso ocorre, porque segundo o juiz Luis Divino, o proprietário da fazenda é o responsável. Quando o dono da fazenda terceriza a atividade, ele responde por isto. Cabe a ele terceirizar para quem está habilitado para tal, inclusive economicamente, suportar a atividade.