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Cassilândia: Polícia investiga denúncia de trabalho escravo

19 de maio de 2011 - 18:00

Uma fazenda, na região da Vaca Parida, no município de Cassilândia (MS, foi inspecionada ontem (18) pela Polícia Civil, Vara do Trabalho, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho. O motivo foi uma denúncia de trabalho escravo.

O delegado Rodrigo de Freitas disse que trabalhou durante todo o dia de ontem e hoje, para concluir o inquérito e fazer a remessa para o Judiciário. Caso fique constatado o trabalho escravo, a Polícia Federal será acionada, contou em entrevista à Rádio Patriarca.

Preferiu, por enquanto, não revelar o nome do empreiteiro, nem mesmo do proprietário da fazenda.

O juiz da Vara do Trabalho, Luis Divino, também disse em entrevista, que houve necessidade da sua presença no local, devido a gravidade do caso.

Contou que no dia 13 de maio, recebeu dois trabalhadores dizendo que estavam trabalhando, numa determinada fazenda, no cultivo de eucalipto, e que não receberam os seus salários. Segundo os denunciantes informaram o juiz, o empregador não fazia o pagamento dos salários e como são do Maranhão, não tinham condições de retornarem à origem.

Eles disseram ao magistrado que vieram a pé da Vaca Parida a Cassilândia, um trecho de aproximadamente 80 quilômetros. Saíram em seis e no caminho, alguns desistiram.

\"Estavam com dois dias sem alimentação e repouso adequado\", disse o juiz. A primeira providência foi arrumar um local para ficarem. Eles estão no Lar dos Idosos São Francisco de Assis.

Tomou-se a decisão de fazer a diligência em conjunto, com a Vara do Trabalho, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Polícia Civil.

“Lá encontramos uma situação muito grave, de abandono total. Catorze trabalhadores ainda atuando, não tinham recebido o salário do mês de abril. Alguns relataram situação inadequada quanto a alimentação, com a situação deprimente, principalmente com relação ao alojamento, inabitável. É inaceitável um ser humano ficar naquele local. Melhor preparado, talvez abrigasse 3 a 4 pessoas. Lá estavam 14\", contou.

Os trabalhadores foram conduzidos para Cassilândia, ouvidos pelo Delegado e o proprietário da terra, porque o empreiteiro não demonstrou condição financeira e estava na Justiça do Trabalho fazendo os pagamentos a todos os empregados.

E isso ocorre, porque segundo o juiz Luis Divino, o proprietário da fazenda é o responsável. Quando o dono da fazenda terceriza a atividade, ele responde por isto. Cabe a ele terceirizar para quem está habilitado para tal, inclusive economicamente, suportar a atividade.

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