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Cassilândia: a entrega do relatório pelo delegado

Daniel Pedra/Midiamax - 04 de maio de 2007 - 20:01

O esquema de fraude, desvio de dinheiro público e agiotagem teria lesado a Prefeitura de Cassilândia em pelo menos R$ 2 milhões, conforme levantamento preliminar divulgado pelo promotor de Justiça Fábio Goldfinger, integrante da força-tarefa que investiga irregularidades.


Além disso, o inquérito concluído nesta sexta-feira pela Polícia Civil pede o indiciamento do prefeito José Donizete Ferreira de Freitas (PT), do vice Sebastião Pereira da Silva (PSB), o “Tião da Marieta”, dos servidores Ana Regina Arantes, Ivete Vargas da Rocha, Jorge Yoshishilo Kobayashi, Waldimiro José Cotrim Moreira, Orange Rezende e Silva, Luceni Quintina Corrêa e José Benedito Dias, da secretária Ronilda Ribeiro Machado, de Eugênio Luiz Azambuja e dos empresários Roniclei Alves de Queiroz, Aleixo Teixeira Lata, Elciomar Paulo de Menezes e André Vidal Saeki Raizer.


Segundo o promotor de Justiça, na próxima semana as ações cíveis e criminais contra os envolvidos serão apresentadas ao juiz Sílvio Cézar do Prado, da Comarca de Cassilândia. Apesar da conclusão do inquérito, as investigações devem continuar, já que, durante os depoimentos prestados, testemunhas revelaram a participação de alguns vereadores que também se beneficiavam do esquema. “Isto será apurado durante a segunda fase de investigações, mas não vamos revelar detalhes antes de obtermos mais dados sobre a possível participação deles”, afirma Goldfinger.


O promotor salientou que o nome dos vereadores não será revelado antes que sejam encontradas mais denúncias sobre a participação deles, porque há a necessidade de investigação, para que algumas pessoas não estejam querendo incrimina-los em decorrência de disputas políticas. Durante a segunda fase de investigação, ele não descarta que possam ocorrer mais prisões, além de calcular uma maior quantia de dinheiro desviado dos cofres públicos. “Será difícil saber com quanto cada pessoa se beneficiou do esquema, mas sabemos que está quantia já é superior ao que foi calculado durante esta primeira investigação”, afirma Goldfinger.


Notas frias


O prefeito e o vice, que estão afastados dos cargos desde o dia 18 de abril, responderão pelos crimes de peculato e improbidade, sendo que José Donizete estaria usufruindo do esquema antes mesmo de se eleger, segundo apuração da Polícia Civil. Em campanha, ele determinava que os servidores envolvidos nas ilegalidades comprassem cesta básica para entregar a possíveis eleitores.


Após ser eleito, o prefeito teria feito acordo com um empresário, pedindo a ele que abrisse uma firma na área de limpeza pública para que pudesse fazer parte do esquema de superfaturamento das licitações e emissão de notas frias. O dono da empresa teria confirmado à Polícia que o prefeito solicitou que ele abrisse a empresa, garantindo que a Prefeitura iria realizar os serviços e a contrataria até mesmo em caso da abertura de licitações.


Outras testemunhas, inclusive servidores, informaram que Donizete retirava dinheiro do caixa da Prefeitura e compensava estes valores com notas frias. Testemunhas citaram que o vice-prefeito também afastado do cargo, solicitava notas frias a comerciantes da cidade.


Pelo menos cinco empresários confirmaram o fato, além de outras testemunhas e servidores da própria Prefeitura. O dinheiro retirado dos cofres municipais era utilizado para gastos pessoais, sendo que alguns servidores são acusados de usar os recursos da Prefeitura para fazer empréstimos cobrando taxas de juros, o que caracteriza crime de agiotagem.

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