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Caso Maksoud: Condenado a 23,8 anos 1º réu julgado
Foi condenado nesta quarta-feira a 23,8 anos de reclusão Edson Ferreira, o primeiro dos cinco acusados de participação no assassinato do advogado Willian Maksoud, ocorrido em abril de 2006, em Campo Grande. Rato, como Ferreira é conhecido, foi considerado culpado por 6 dos 7 jurados do crime de homicídio doloso.
O julgamento durou quase 11 horas. Só os debates entre acusação e defesa levaram 5 horas. Na sentença, o juiz Aluísio Ferreira dos Santos, que presidiu o júri, definiu na sentença a pena de 16,4 anos pelo homicídio doloso e de 7,4 anos pela formação de quadrilha. O caso ainda tem outros quatro réus para serem julgados, um deles foragido. Rato, conforme a peça da acusação, foi quem levou, de moto, o homem que disparou três vezes contra o advogado, e também deu fuga a ele.
Ao definir a pena, o magistrado considerou que o crime foi cometido como dolo intenso, por motivo torpe e que a vítima não teve qualquer condição de se defender. Levou em consideração ainda os antecedentes criminais de Ferreira, que já foi acusado de homicídio e roubo.
A defesa insistiu durante o julgamento na tese de inocência, afirmando que a confissão obtida pela Polícia Civil tem uma assinatura que não é de Ferreira e que ele foi torturado durante as sessões de depoimento.
Ainda conforme foi alegado no julgamento, a morte do advogado foi encomenda da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), e teria relação com o fato de ele ter recebido entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para tentar transferir para Campo Grande o irmão do homem apontado como chefe do PCC atualmente, Marcos Herbas Camacho, o Marcola. Como não conseguiu a transferência, Maksoud teria sido jurado de morte.
A pedido da defesa do réu, que alegou ameaças, o juiz determinou que ele inicie o cumprimento da pena, em regime fechado, em Dourados, onde estava anteriormente, e não em Campo Grande.
Dois outros julgamentos do caso já estão marcados, dos irmãos Eliel dos Santos Pires, , no dia 25 deste mês, e de Edmilson dos Santos Pires. Os outros réus são Paulo Eduardo Nepomuceno Alves, o Peréu, e Rafael Carlos Mosqueda, que está foragido. Esse último é, conforme a acusação, o autor dos disparos que mataram o advogado. (Colaborou Maristela Brunetto)