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Geral

Cão mora dentro de carro batido há 10 meses desde a morte do dono em MS

G1MS - 15 de julho de 2016 - 20:31

Vira-lata fez amizade com vigilante do pátio do Detraan (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Vira-lata fez amizade com vigilante do pátio do Detraan (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)

Uma Belina que está no pátio do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS) em Campo Grande passou a ser a casa do vira-lata Menino, que mora dentro do veículo desde que o dono morreu em um acidente há 10 meses. (Veja reportagem sobre o acidente).

O homem de 51 anos morreu no dia 26 de setembro de 2015, depois de bater de frente com uma caminhonete. O acidente foi bem perto do pátio do Detran, na MS-080. O vira-lata estava no carro com o dono e também foi vítima, pois teve machucados.

O G1 esteve no pátio do Detran nesta sexta-feira (15) e encontrou o cachorro que aparenta ser bastante desconfiado e tímido. Foi entre os carros recolhidos que Menino arranjou um novo companheiro, o vigilante David Guimarães Santos, de 56 anos.

A sintonia dos dois chama a atenção. Aonde David vai, Menino vai atrás. Durante a caminhada até a Belina, o cão pula no vigilante, pede brincadeira e abana o rabo de alegria, mas se algum estranho se aproxima, o animal logo desconfia e recua, geralmente se escondendo atrás de David.

"Ele só vai comigo, ele é arisco com outros, mas comigo não. Vou pra casa e fico preocupado porque não sei se trazem comida para ele, porque quando eu estou não preciso nem trazer, onde eu fico ele vai lá me procurar e já tem as coisas dele lá, a vasilha de água e de comida. Eu acabo de comer e já dou metade para ele, divido comida, divido bolacha com ele", falou David.

Ninguém sabe como era a vida de Menino antes do acidente, se ele tem casa ou se morava sozinho com o antigo dono, a única certeza do vigilante é a vontade de adotá-lo. David diz que já aprendeu a entender o animal só pelo olhar.

"Ele é um ótimo companheiro, melhor amigo, melhor que ele não existe. Minha mulher quer que eu leve ele para casa porque se eu sair daqui ele vai sentir falta e eu também, claro. Quando ele vê que eu estou arrumando as coisas para ir embora ele já deita triste, cruza as patas e a gente vê que ele não gosta, mas depois ele volta pro lugar dele e sabe que eu volto no dia seguinte. Antes, ele me acompanhava até o portão, lá na frente, agora falo para ele ficar aqui", contou.

David lembra como foi o primeiro contato dos dois. "Eu estava fazendo a ronda normal pelo pátio, aí vi que ele saiu do carro, que tinha acabado de chegar aqui. Depois disso, todos os dias que eu passava ele saia do carro pra me ver, quando era o outro vigilante ele nem saia. Só sei que foi difícil fazer amizade comigo porque ele era muito tímido, quando eu chegava perto ele corria. Depois fomos pegando confiança e agora ele tem até ciúmes. Quando alguém me abraça ele já começa a latir", lembrou o vigilante.

Ele diz que tem outros dois cachorros em casa e que quer levar o Menino pra morar junto com a família. Enquanto isso não aconteceu, David deixa água e comida todos os dias pro Menino, que já virou xodó do local.

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