O Banco Central (Bacen) está concluindo estudos que deverão resultar na criação de um departamento, vinculado à diretoria de fiscalização, que fortalecerá a supervisão das chamadas instituições complementares, como microcrédito, consórcios, cooperativas e instituições independentes. Segundo revelou hoje no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro (Ibef/RJ) o assessor da Diretoria de Fiscalização do Bacen, Alvir Alberto Hoffman, esse novo instrumento deve ser implementado nos próximos dois ou três meses.

A re-arrumação da estrutura de supervisão do Bacen prevê também a transferência para a área de fiscalização do atendimento de reclamações dos usuários do Sistema Financeiro Nacional (SFN), hoje a cargo da área de assuntos institucionais. Além disso, o Banco concluirá o processo de implementação de metodologia de classificação dos bancos (rating), de modo a priorizar a ação da supervisão para as instituições com maior risco. Hoffman esclareceu, porém, que se trata de um rating interno e "não há interesse do Bacen de competir com as agências internacionais de classificação de risco, como Standard & Poors, Moodys etc".

Hoffman disse que o sistema de avaliação em criação pelo Bacen fixa o nível um para instituições ótimas, dois para instituições boas mas que apresentam alguns problemas, três para bancos que necessitam algumas correções. O nível quatro já começa a sinalizar coisas graves e o cinco já é caso de liquidação, expôs Hoffman. Na sua opinião, esse mecanismo dará maior transparência à supervisão do Bacen, podendo evitar que se chegue a casos extremos, como o do Banco Santos, sob intervenção da instituição.