Os atletas de saltos ornamentais vão pular outro tipo de carnaval. Eles viajaram hoje para a competição que servirá como Pré-Olímpico para a modalidade: a Copa do Mundo de Atenas, de 18 a 22 deste mês, na mesma piscina onde acontecerão as provas das Olimpíadas. A carioca Juliana Veloso, o brasiliense César Castro e os paulistas Cassius Duran e Ubirajara Barbosa já têm índices para disputar os Jogos, mas precisam conquistar suas vagas se classificando entre os 22 primeiros na Copa do Mundo.

"Nós quatro temos todas as chances de classificação. Estou confiante de que voltaremos juntos a Atenas, em agosto. Os treinamentos estão muito melhores desde a fase que antecedeu os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo. As medalhas vieram na República Dominicana porque participamos de muitas competições de altíssimo nível antes (etapas do Grand Prix da Fina e Mundial de Barcelona) e porque tivemos um tempo inédito para trabalhar. Programamos dois picos de performance: um agora e outro nos Jogos Olímpicos. Estou hoje com 80 por cento da forma física ideal", disse Cassius.

O critério de classificação para os atletas que disputarão os saltos ornamentais na Grécia garantiu as primeiras vagas aos 12 melhores colocados no Mundial de Barcelona, em julho de 2003. Juliana e César Castro por poucos pontos não carimbaram o passaporte, pois terminaram na 13ª posição. Os 22 lugares restantes nas Olimpíadas sairão da Copa do Mundo. Ciente de que seus principais rivais em agosto serão os que disputaram com ele o Mundial de julho, na Espanha, Cassius se diz preparado para o desafio.

"Para nós, a competição principal será a eliminatória, pois no nosso esporte um pequeno erro em um dos saltos de uma série de 10 é fatal em uma Olimpíada. Meu principal objetivo é ser finalista e uma vez lá acho que tudo pode acontecer. Só vou pensar em algo mais depois que passar as eliminatórias e semifinais", explicou.

Cassius, que ganhou uma medalha de prata inédita para o esporte na plataforma masculina dos Jogos Pan-Americanos, já passou por momentos duros e de incerteza na carreira, como uma operação que sofreu na coluna em 2000. Tanto sacrifício foi premiado no fim de 2003, quando foi escolhido pelos internautas do site da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos(www.cbda.org.br) o atleta do ano. Tranqüilo com dois patrocínios, ele diz que o resultado de Santo Domingo mudou sua vida.