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Ao engravidar, advogada fumante conseguiu “trocar de nicotina”

Angela Werdemberg, Campo Grande News - 06 de janeiro de 2014 - 07:51

Ao engravidar, advogada fumante conseguiu “trocar de nicotina”

Uma mulher de personalidade marcante. Bom-humor, risada alta e muita disposição são algumas das características da advogada de 36 anos, Christiane Novaes, que já no começo do bate-papo com o Campo Grande News solta o verbo e manda uma sugestão para a mulherada fumante. “Quer uma dica para parar de fumar? Primeiro, engravide. Segundo, pratique esporte. O esporte é a minha nicotina”.

Chris fumava uma carteira de cigarro ao dia. “Não existe opção. Quando peguei o exame de gravidez, parei de fumar na hora”. Conhecidos questionaram se a futura mamãe era mesmo viciada. “Como conseguiu assim tão fácil, algumas pessoas me perguntavam. É muito simples, o instinto materno é maior que qualquer vício”.

Antes de ficar grávida, Chris já havia tentado parar de fumar, sem muito sucesso. “Usei aqueles adesivos. Enquanto estava com ele na pele não sentia vontade de fumar, mas era tirar e a vontade vinha fulminante”.

Só com exercícios diários a coisa mudou. “Depois que comecei a correr, tive vontade de fumar quando fiquei lesionada e não podia fazer nenhuma atividade física intensa”. De fumante, passou a atleta, mas ainda teme uma recaída. Por isso, já fez até novena quando voltou a praticar esporte, dois meses depois da segunda gestação. “Pedi para não lesionar durante os treinos. Se fosse para acontecer, que fosse depois de finalizar os 21 quilômetros da Volta das Nações”. Pedido atendido. A mamãe conseguiu fazer todo o treinamento e concluir a competição, mas sem escapar da lesão que veio bem no finalzinho da corrida.

“Depois dessa meia maratona, queria algo mais. Não sou encanada com tempo. Gosto de correr longe, longas distâncias”. Foi aí que chegou a hora de reorganizar a agenda e aumentar a carga de treino.

Chris tem um despertador infalível de segunda a segunda, o filho mais novo de dois anos que acorda pontualmente às 5h25. “Escuto os passinhos dele no corredor. Olho para o relógio e são, exatamente, 5h25, todos os dias”. Aí é dada a largada para a maratona de compromissos e atividades. “Vou à academia às 6h30. Trabalho o dia todo no escritório, final do dia começo a terceira jornada. Cuidar de casa, dos filhos, do marido e treinar novamente”.

“Meu marido nunca reclamou, inclusive sempre me apoiou. Quem pratica esporte fica mais leve, no sentido da alma mesmo. Isso só faz bem para o relacionamento”.

Em fevereiro, Chris deu início ao que ela chama de terceira gestação. Preparação para a Maratona Caixa de Curitiba. Foram nove meses de treino intenso. “Precisava de uma vez por todas sair da minha zona de conforto. Precisava ir literalmente mais longe, de preferência, 42 quilômetros mais longe”.

Para quem ficou inspirado em tentar parar de fumar, a ex-fumante injeta ainda mais ânimo. “Hoje tenho fôlego invejável. É fundamental ter metas e se desafiar. Gastar energia. Fora o exemplo que estou dando aos meus filhos”. Falando em desafios, a advogada ainda tem algumas questões para resolver. “Durante todo o domingo, após a maratona, caminhei como num pós-parto, com dificuldade para sentar e levantar. Mas quer saber? Estou querendo voltar ano que vem e fazer tudo de novo. Eu e as ladeiras de Curitiba ainda temos contas a acertar”.

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