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Andador traz prejuízos ao bebê

Clickbebe.net - 09 de setembro de 2016 - 09:00

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena o uso do andador, pois ele atrasa o desenvolvimento psicomotor dos bebês. A criança deve passar por todas as fases de evolução, tanto psicológicas quanto físicas, e andar é uma delas. A partir do sexto mês de vida, o bebê já está mais ativo e seus movimentos ganham mais força, passando a engatinhar, a explorar o espaço e os objetos ao seu redor.

Geralmente, os pais oferecem o andador quando o bebê começa a sentar e a sustentar o tronco (entre 6 e 8 meses de vida) como forma de tentar acelerar a marcha. No entanto, o efeito é justamente o contrário.

“O andador retarda a marcha e pode prejudicar o desenvolvimento progressivo das cadeias musculares, retirando estímulos importantes de equilíbrio e propriocepção (capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo). Além disso, a probabilidade de acidentes é maior”, alerta o ortopedista pediátrico, Felippi Guizardi Cordeiro.

Queimaduras, intoxicações, afogamentos e principalmente quedas acontecem com mais facilidade quando o bebê utiliza o equipamento. Ingrid Emanuelson, uma pesquisadora da Suécia, publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos e concluiu que o andador é o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground.

Além dos riscos, crianças que iniciam a marcha com uso de andador podem adquirir alguns vícios e levá-los durante os primeiros anos de vida, como a marcha em equino (dedos dos pés apontando para baixo). Outro inconveniente é que a criança no futuro pode apresentar quedas mais frequentes devido a alteração de equilíbrio”, explica Felippi.

Estímulos ao primeiro passo

O ato de caminhar decorre da evolução das etapas de rolar, sentar, arrastar, engatinhar, permanecer em pé, andar com e sem apoio. O estímulo para cada uma dessas fases é importantíssimo e deve ser feito de forma suave, natural e carinhosa. Muitas vezes o excesso de colo pode atrasar o desenvolvimento, por isso é importante deixar seu filho no chão e estimulá-lo a se locomover por pequenas distâncias.

A criança começa a andar entre os 10 e 14 meses de idade. Se ela não estiver caminhando aos 18 meses, os pais devem procurar a avaliação do pediatra. Para encorajar o primeiro passo, o segredo é ter paciência e incentivar de maneira saudável o seu bebê a passar por essa fase. A pediatra Ana Paula Pires Simão, do Hospital Menino Jesus, apresenta as seguintes dicas para o auxílio da marcha:

– Deixe a criança explorar o ambiente, fazer seu próprio trajeto e descobrir texturas com os pés e com as mãos.

– Crie um ambiente sem riscos de acidentes e cercado de muito carinho e atenção por parte dos pais.

– Nessa fase, tropeços e pequenas quedas são comuns, por isso controle-se para não demonstrar uma preocupação exagerada.

– O processo deve ser feito com muita naturalidade, sem pressa. Nada de dar broncas ou demonstrar impaciência, isso pode deixar o bebê inseguro e aflito, fazendo com que ele se retraia e tenha medo de andar.

– Cuidado com quinas, móveis que podem cair em cima da criança e não deixe toalhas postas em mesas para que ela não puxe. Vigie o seu filho sem criar ansiedade com a situação.

– Afaste-se da criança e chame-a até você, faça o mesmo com os brinquedos, deixando-os longe para que ela tenha de ir pegá-los.

– Segure suas mãozinhas e vá andando junto com o bebê. Quando ele estiver mais firme e se equilibrando, solte uma das mãos.

– Quanto aos calçados, o melhor é deixar o bebê descalço. Meias antiaderentes são boas opções para os dias frios. Se optar pelo sapato, adote um tênis confortável e no tamanho certo. Nada de chinelos e crocks, que deixam os pés soltos, podendo causar quedas.

Fontes:
– Felippi Cordeiro, ortopedista pediátrico e graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (CRM 144241) (TEOT 13748)
– Ana Paula Pires Simão, pediatra do Hospital Menino Jesus e médica formada na Universidade de Mogi das Cruzes. (CRM 125451)

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