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A história do avô do médico José Quaranta e do vereador Quaranta

Cecília Demian, Diário da Região - 26 de março de 2016 - 08:06

diario historia_familia Bignardi 4 Maestro Quaranta com a Orquestra Municipal de Rio Preto
diario historia_familia Bignardi 4 Maestro Quaranta com a Orquestra Municipal de Rio Preto

O maestro, músico e compositor Raphael Quaranta Archangelo nasceu em Pico (Itália) em 4 de julho de 1867. Quando estava no Brasil, durante uma viagem a Araraquara conheceu a jovem Faustina Barbatto, 16 anos, italiana, nascida em Campobasso no dia 15 de agosto de 1887, filha de Antônio Barbato e Margarida Lerro Barbato (prima do major Leo Lerro).

Casaram-se em 1911 e em Araraquara, tiveram os filhos:

Catarina, nascida no dia 18 de maio de 1903; Margarida, nascida no dia 5 de outubro de 1905; Josephina, nascida no dia 31 de agosto de 1907; Elvira, nascida no dia 19 de janeiro de 1909; Lidia, nascida no dia 30 de dezembro de 1913; Helena, nascida no dia 8 de fevereiro de 1914; Ermelinda, nascida no dia 24 de janeiro de 1917, casada com Sebastião Carlos Balbino (pais do médico Antônio Sérgio Balbino, nosso informante); José, nascido no dia 27 de janeiro de 1922, casado com Déa Tonelli Quaranta (irmã de Aldo Tonelli); Maria Aparecida, nascida no dia 1 de outubro de 1926; e Mário, nascido no dia 28 de março de 1930. (NR: José e Déa foram proprietários rurais no município de Cassilândia , pais do médico José Quaranta (Cassilândia) e do vereador Quaranta (Chapadão do Sul)


O casal Quaranta transferiu-se para Rio Preto a convite do Major Léo Lerro, primo de sua esposa. Aí a família cresceu com o nascimento dos quatro últimos filhos, mencionados acima.

Durante sua permanência em Araraquara, Raphael Quaranta regia a banda daquela cidade.

Chegou a Rio Preto em 1917, quando Major Leo Lerro era prefeito e contratou-o para formar a Banda Municipal.

A banda foi composta por 7 músicos que se reuniam todas as noites para ensaios diante do Hotel D´Oeste. Partiam do Hotel d’Oeste, propriedade de Antônio Lage, na rua Bernardino de Campos, nº 3046 (hoje, Hotel Chamonix) e percorriam a Bernardino da rua Silva Jardim até a rua Cila (na Redentora), com paradas.

Executava seu repertório até o Éden Parque, cinema localizado duas quadras acima, onde por muitos anos esteve instalado o Banespa, atualmente o Santander.

Seguiam pela rua Bernardino de Campos, chegando ao Estádio Victor Britto Bastos, do Rio Preto Futebol Clube. A área posteriormente foi sede do INSS e um conjunto de salas médicas.

Aos domingos e feriados, a população se reunia ao redor do coreto da praça Dom José Marcondes, para apreciar o espetáculo musical da orquestra.

O coreto do “jardim novo”, imitando quiosque, fabricado pela Companhia Mecânica e Importadora de São Paulo, de ferro e madeira, era a grande atração da praça. A construção desse coreto valorizou a banda de música. Nele, os músicos de apresentavam tocando tuba, sax, cornetas e afins.


Um fato ocorrido com o maestro Quaranta, relembrado com frequência, faz parte do folclore rio-pretense e do seu anedotário. Contam que a banda devia ir para uma cidade da região, talvez Araraquara, e o maestro enviou telegrama aos promotores do evento, com os dizeres: ”Segue Quaranta e otto músicos.”

A cidade aguardava uma banda numerosa e preparou um banquete para 48 músicos. Espantados com o pequeno número de integrantes da banda, perguntaram ao maestro: “Cadê os outros?”

Ele, italiano expansivo, respondeu:

“Quaranta sou eu, e estes são os meus oito músicos. A banda está completa.”

Como maestro da Orquestra Municipal de Rio Preto, no período de 1917 a 1932, ele alegrou todos os eventos da cidade, animando as quermesses e comemorações, os bailes do Clube 7 de setembro, as noites no coreto do jardim central, nas cerimônias fúnebres, nos cemitérios e no dia de Finados, bem como quando algum apostador rio-pretense da Lotérica Chalet e mais tarde, na Favorita, era premiado com a sorte grande.

Tocava em todos os jogos do Rio Preto Esporte Clube. No campo do clube, executava sua composição Verde e Branco, em homenagem.

Durante décadas de sua história, Rio Preto inteira parava para ver a banda passar, trazendo alegria e música para todos. A música e os músicos mereciam a atenção e o respeito da comunidade.

Raphael Quaranta compôs um hino em homenagem ao bispo Dom Lafayette Libânio, por ocasião de sua chegada a Rio Preto, em 1931. Formou muitos músicos, entre os quais os famosos Zaccarias e Moura.

Regeu a orquestra pela última vez no dia 19 de março de 1932, executando a protofonia da ópera O Guarani, de Antonio Carlos Gomes, de sua predileção.

Adoentado, seis meses mais tarde, Raphael Quaranta faleceu em Rio Preto, em 15 de setembro de 1932.

Durante a Revolução de 1932, os participantes da banda se alistaram. A viúva do maestro Quaranta doou todos os instrumentos musicais para a Revolução Constitucionalista de 1932.

No dia 15 de setembro de 1963, faleceu Faustina Barbato Quaranta, 31 anos após o marido, na mesma cidade, dia e hora.

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