Ferido por uma linha de cerol enquanto voltava para casa em Fernandópolis, o entregador Gilberto Oliveira, 32 anos, lamenta o acidente. Segundo o motociclista, a imprudência do grupo que soltava pipa, no Jardim Paraíso, zona norte do município, poderia ter custado a vida dele.

"É muito perigoso. Sempre estamos em perigo. Hoje, foi a minha mão. Na semana passada a linha com cerol passou no braço de um colega de trabalho. Até quando isso? Vai precisar acontecer uma tragédia para as pessoas começarem a pensar no próximo”, salienta Gilberto.

O profissional teve uma das mãos cortada, nesta segunda-feira, dia 26, enquanto seguia de moto para a casa após o trabalho. Gilberto passava por uma rua do bairro, quando se deparou com cerca de 10 adolescentes, no meio da rua, soltando pipa.

A vítima afirma que reduziu a velocidade para não correr o risco de atropelar alguém, mas não percebeu a linha com cerol. “Quando fui ver, a linha já estava enroscada na minha mão. Eu parei a moto e os vizinhos começaram a me socorrer. Ainda bem que o corte foi pequeno, mas o susto foi grande”, completa.

Problema constante

Ainda na tarde desta segunda-feira, a reportagem recebeu denúncias de motociclistas sobre o uso de carretéis de linhas com cerol, por jovens, em diversos bairros de Fernandópolis. Em uma das denúncias, o motociclista relata que a linha com cerol cortou o cabo do acelerador da moto.

Lei   

O uso do material é crime e proibido por lei, assim como a posse, a fabricação e a venda das linhas cortantes em todo o Estado de São Paulo. O descumprimento pode levar à multa com valor de R$ 1,3 mil a R$ 132,6 mil.

Breno Guarnieri