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Quem são os "cabeças do Congresso", segundo o Diap

Marcos Chagas/Agência Brasil - 04 de outubro de 2003 - 10:31

A onda vermelha que elegeu em 2002 Luíz Inácio Lula da Silva presidência da República, além de 91 deputados federais e 11 senadores pelo PT, refletiu-se na primeira pesquisa, este ano, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) sobre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso. intitulada “Os Cabeças do Congresso”, a pesquisa, que está na sua décima edição, revelou uma inversão da lógica e colocou o PT em primeiro lugar.

Há décadas, o PFL, o PMDB e o PSDB vinham se alternando como os mais influentes. Desta vez, o PT passou a ser a principal referência do Congresso, com 23 parlamentares representados na lista. O PFL, sempre governo, firmou-se como o principal partido de oposição ao presidente Lula, com 19 representantes entre os cabeças do parlamento.

Já o PSDB, que no ano passado liderava o ranking, encolheu tanto em quadros como em representação, explica o coordenador do estudo, Antônio Augusto de Queiroz. Isso porque, a seu ver, os tucanos – a exceção da bancada do Senado - não tem feito uma oposição ostensiva ao governo Lula. “Na Câmara, o PSDB tem tido uma atitude de colaboração com o governo “, afirmou Queiroz.

O estudo do Diap traz um marinheiro de primeira viagem, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), entre os peso pesados do Congresso. Apesar de estar no primeiro mandato, ACM Neto destacou-se nas negociações das reformas da Previdência e tributária, na Câmara. Ele foi o principal interlocutor pefelista com o governo e, na votação da reforma da Previdência em primeiro turno, garantiu 33 votos do partido. Queiroz afirmou que o deputado baiano é a maior surpresa da lista.

Pela primeira vez, desde que o Diap faz este levantamento, um parlamentar em primeiro mandato e sem experiência executiva anterior figura entre os mais influentes. “Ele chegou agora com desenvoltura de veterano, ocupando um espaço institucional”, disse o coordenador do Diap. Por outro lado, destacou que ACM neto é herdeiro político do avô Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e representa um importante grupo político dentro do PFL.

Outro que está na lista dos mais influentes do Congresso é o vice-líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP). Apesar de figurar na lista do Diap de 2002, o parlamentar nunca teve uma projeção nacional como neste ano, mesmo sendo um dos mais atuantes na bancada petista.

Neste ano, com o envio das reformas ao parlamento, Luizinho foi um dos líderes que mais se destacaram na defesa dos interesses do governo, muitas vezes enfrentando a ira de servidores públicos que tiveram seus interesses contrariados na reforma da Previdência. A presença diária na mídia garantiu ao vice-líder projeção nacional. “Não fosse a eleição do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) para a presidência da Câmara, com certeza o deputado Luizinho seria o líder do partido. Ele é um dos homens da linha de frente do governo”, constatou o coordenador do Diap.

Outro que também se enquadra na tropa de choque do governo é o vice-líder do PT, Paulo Bernardo (PR), que está na lista dos “Cabeças do Congresso”. Na tramitação das reformas na Câmara, o parlamentar frenquentemente era visto em conversas de pé de orelha com deputados da oposição na busca de acordos que viabilizassem as votações. O mesmo pode-se dizer do presidente da Câmara, João Paulo Cunha.

Se por um lado, a lista dos “Cabeças do Congresso” apresenta surpresas como ACM Neto, por outro, o Diap mostra parlamentares experientes que perderam poder e, hoje, buscam reconstruir suas imagens. É o caso do ex-líder do governo no Senado do governo Fernando Henrique, o hoje deputado José Roberto Arruda (PFL-DF), além do ex-presidente do Senado e hoje deputado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Eles figuram na lista do Diap de parlamentares “em ascenção” juntamente com Babá (PT-PA), Sarney Filho (PV-MA) e Lindberg Faria (PT-RJ), entre outros.

A metodologia utilizada na identificação e classificação dos parlamentares leva em consideração critérios qualitativos e quantitativos que envolvem aspectos institucionais, de reputação e capacidade de decisão. Na definição do Diap, os “Cabeças do Congresso” são os parlamentares que se destacam pela capacidade de conduzir debates, negociações, votações e articulações. Tratam-se de “operadores-chaves” do Poder Legislativo cujas preferências, iniciativas, decisões ou vetos prevalecem no processo decisório tanto na Câmara quanto no Senado.

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