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Veja o resumo da crise política no Brasil

Aloisio Milani/ABr - 29 de março de 2006 - 16:45

Os cerca de dez meses da crise política do governo Lula foram recheados de denúncias de corrupção em empresas estatais, suspeitas de compra de votos de parlamentares da base aliada, provas de caixa 2 em campanhas eleitorais e resultaram em afastamentos e cassações de envolvidos. As frentes de investigação foram abertas nos três poderes da República – no governo federal, no Congresso Nacional, e no Judiciário. Veja abaixo o resumo da crise política.

Após acusações de seu envolvimento em corrupção nos Correios, o então presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, do Rio de Janeiro, declarou no dia 6 de junho de 2005, em entrevista à Folha de S. Paulo, que havia na Câmara Federal um sistema de compra de votos de parlamentares, pelo qual o governo aliciaria deputados mediante pagamentos mensais de R$ 30 mil.

A acusação detonou o escândalo do mensalão, que abriu espaço para a instalação de três Comissões Parlamentares de Inquérito no Congresso Nacional: a da Compra de Votos, que terminou sem votação de relatório final, a dos Bingos, e a dos Correios, cujo relatório-final foi apresentado hoje (29).

Em setembro, as CPIs dos Correios e da Compra de Votos já tinham entregado um relatório parcial no qual citavam 19 parlamentares que teriam sacado recursos ilegais por meio do esquema montado pelo empresário mineiro Marcos Valério de Souza e pelo ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares, acusados de serem os "operadores do Mensalão"

Dos 19 parlamentares, três foram cassados, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o denunciador do "esquema", o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson. O episódio também resultou na queda do presidente do Partido dos Trabalhadores José Genoino e do PSDB, Eduardo Azeredo, acusado ter montado esquema semelhante em Minas Gerais, para as eleições de 1998. O processo de cassação de Azeredo, no entanto, foi arquivado pelo Congresso Nacional em março deste ano.

Três ministros também saíram: Antonio Palocci, da Fazenda, e José Dirceu, da Casa Civil, pediram afastamento. Luís Gushiken, de Gestão e Comunicação Estratégica, perdeu o status de ministro, mas continua no governo como chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da presidência.

Outros quatro deputados federais renunciaram aos cargos antes da abertura dos processos para não perderem os direitos políticos para disputar as próximas eleições. Entre eles, Severino Cavalcanti, que abandonou a presidência da Câmara dos Deputados para escapar da cassação.

Segundo o relatório final da CPI dos Correios, esse período provocou a investigação, o afastamento e de algum tipo de punição de pelo menos 67 pessoas de diversas estatais (como Correios, IrB, Furnas, e Banco do Brasil), da Câmara dos Deputados, do governo federal e dos partidos políticos.

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