A trombose, doença que provoca coágulos no sangue, pode atacar o pulmão, o cérebro e até mesmo braços e pernas. Em casos mais graves, pode levar à morte. Diversos fatores de risco contribuem para que uma pessoa desenvolva a doença, como explica o chefe do departamento de medicina interna do INTO - Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad, Salo Buksman.

"Pessoas que são obesas, pessoas que fumam são mais suscetíveis à trombose. Pessoas que usam hormônio feminino, por exemplo, que fazem reposição hormonal. As pessoas mais idosas são mais sujeitas. Existem condições cardíacas, como a insuficiência cardíaca, que deixa a pessoa mais suscetível".

A psicóloga de 37 anos, que não quis se identificar, enfrentou a trombose duas vezes. Ela conta que percebeu o problema quando tinha apenas 19 anos.

"Estava trabalhando. Aí a minha perna começou a inchar muito e eu não conseguia mais nem dobrar o joelho. Tive que ficar em repouso, tomar Heparina. Dois anos depois eu tive no rim e na cava. E só descobriu depois que fez um exame chamado Ecodoppler Colorido, que descobriram um trombo. E o maior risco era do trombo deslocar para o cérebro, para o pulmão, para o coração e eu acabei perdendo o rim direito. E eu sentia muita, muita dor nas costas. Cheguei até a vomitar de tanta dor que eu sentia".

 Ainda de acordo com o chefe do departamento de medicina interna do INTO, Salo Buksman, todas as pessoas que têm predisposição para desenvolver a trombose devem tomar medidas de prevenção.

"Uso de meias elásticas, uso de aparelhos que fazem compressão intermitente das panturrilhas, a mobilização mais precoce possível. Existem essas outras medidas, também, que reduzem o risco de a pessoa fazer trombose".

 Atualmente, cerca de um milhão e meio de brasileiros sofrem com trombose arterial. O SUS oferece tratamento gratuito para combater a doença. Em alguns casos, os médicos também fazem pequenas cirurgias para retirar os coágulos. Para debater os avanços no diagnóstico e tratamento da doença, ocorre neste sábado, dia 12, a Primeira Jornada Nacional Antitrombose. O evento será realizado no auditório do INTO, no Rio de Janeiro, onde participam também o Instituto Nacional do Câncer e o Instituto Nacional de Cardiologia.

Reportagem, Fábio Ruas