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Tremores também podem atingir MS; último ocorreu em 1964

Humberto Marques/Campo Grande News - 23 de abril de 2008 - 19:51

Na noite de ontem, moradores dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina foram surpreendidos por um terror de terra que, em aproximadamente oito segundos, causou rachaduras em prédios e sustos na população. Os paulistas foram os principais afetados pelo terremoto, que chegou a 5,2 graus na escala Richter e teve seu epicentro a 270 quilômetros de São Vicente (litoral sul do Estado), em alto mar. Um fenômeno que, embora não tenha tido reflexos em Mato Grosso do Sul, também pode ocorrer na nossa região.

A afirmação é do coordenador do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, professor Lucas Vieira Barros. A instituição é uma das principais do País no estudo de atividades sísmicas, possuindo inclusive mapeamentos sobre tremores registrados nas últimas décadas. “Em 1964 a região que hoje faz parte do nordeste de Mato Grosso do Sul registrou um tremor de 5,4 graus, mais forte do que o registrado em São Paulo”, declarou.

Mato Grosso também foi alvo de tremores, em período anterior. A região da Serra do Tombador/MT registrou em 1955 um abalo de 6,6 graus, o mais forte que se tem conhecimento no Brasil. Tremores também são freqüentes em algumas regiões de Minas Gerais e do Nordeste. A cidade pernambucana de Caruaru já registrou 62 abalos de diferentes intensidades no período de um século.

“Há regiões de maior e menor risco. Mas, teoricamente, qualquer ponto pode ser atingido”, declarou Barros. Apesar da declaração soar alarmante para muitos, o sismólogo lembra que a ocorrência de tremores no Brasil está muito abaixo da registrada em outros locais do mundo, como os Estados Unidos, Ásia ou os vizinhos da Cordilheira dos Andes.

As notícias sobre tremores no Brasil voltaram a ter certa freqüência após terremotos ocorrerem no Peru e no Chile. Questionado sobre a possibilidade de existir alguma relação entre esses fenômenos e o tremor iniciado no litoral paulista, o professor Barros afirmou que existem teorias que prevêem “reações em cadeia”. “Porém, não existe comprovações sobre isso”, sublinhou.

A ocorrência de tremores no Brasil não é algo que pode ser considerado incomum, na avaliação do sismólogo. “Não é tão surpreendente porque já tivemos sismos. O de 5,2foi o maior na região, mas recentemente tivemos tremores no interior de Minas Gerais, além de um tremor de 4,9 graus em dezembro”, adiantou. Barros complementou que a ocorrência de abalos são, portanto, relativamente comuns, mas fora da capacidade de previsão.

Explicação – Terremotos ou sismos são resultantes dos movimentos de placas tectônicas, atividades vulcânicas ou deslocamento de gases no interior da Terra. O movimento é causado pela liberação rápida de grande quantidade de energia, sob a forma de ondas sísmicas. A maior parte desses tremores ocorrem entre placas tectônicas ou falhas entre dois blocos rochosos. Tais falhas podem ter alguns centímetros ou milhares de quilômetros. Nos EUA, a média de tremores chega a 35 por dia.

O maior terremoto já registrado foi o Grande Terremoto do Chile em 1960, que atingiu intensidade de 9,5 graus na escala Richter. O segundo mais forte ocorreu em 2004, na Indonésia, com força de 9,3 graus. No Brasil, conforme a UnB, entre 1922 e 1998 foram registrados 12 terremotos com intensidade acima de cinco graus. (Com informações da UnB e Wikipedia).

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