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Sobrevida de pacientes com câncer de estômago é baixa

Agência Notisa - 25 de julho de 2006 - 08:13

Segundo pesquisa realizada em Campinas, a probabilidade de sobrevivência dos pacientes é de apenas 32% após o primeiro ano. A sobrevida relativa é de 9% ao final de cinco anos e seu comportamento, ao longo do tempo, é semelhante nos dois sexos.

A incidência e a mortalidade do câncer de estômago declinaram bastante nos últimos 50 anos. Apesar disto, a doença representa ainda hoje a segunda causa de morte por câncer no mundo. Ela atinge, principalmente, pessoas de faixas etárias mais altas e os homens. Mesmo tendo havido um ligeiro aumento na sobrevida por esse câncer nos últimos anos, esta ainda é baixa. Dados europeus mostram que apenas 21% dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos após o diagnóstico. Em Campinas, a taxa de sobrevida nesse período é de apenas 9%. Isso é o que mostram Maria Teresa Bustamante-Teixeira da Universidade Federal de Juiz de Fora e equipe em um estudo realizado no município.

De acordo com artigo publicado na edição de agosto de 2006 dos Cadernos de Saúde Pública, “no estudo, analisou-se a sobrevida dos pacientes com câncer gástrico do município de Campinas, diagnosticados entre os anos de 1991 e 1994, e compilados pelo Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) de Campinas”. Durante este período, foram registrados 4.699 casos incidentes de câncer, sendo 414 de câncer de estômago.

Os pesquisadores observaram uma queda acentuada dos níveis de sobrevida dos pacientes com câncer de estômago no período logo após o diagnóstico. Após o primeiro ano, a probabilidade de sobrevivência desses pacientes foi de apenas 32%. “O comportamento da sobrevida, ao longo dos anos, foi semelhante nos dois sexos e ao final de cinco anos a sobrevida relativa foi de 9% para ambos. Entretanto, o risco relativo de morte dos homens comparado ao das mulheres foi maior, com valores estatisticamente significativos apenas na sobrevida após um ano”, afirmam no artigo.

Em relação à idade, o prognóstico foi melhor para os indivíduos entre 45 e 54 anos, com um risco relativo de morte de 0,66 e pior para aqueles com mais de 74 anos, com um risco relativo de morte de 1,36. Segundo a equipe, “é amplamente aceito que o mais importante fator prognóstico para a sobrevida por câncer de estômago é o estadiamento (classificação clinica e histopatológica da doença) do tumor ao diagnóstico, pois isto determina o tratamento, principalmente se este tumor é cirúrgico. Diferenças de sobrevida encontradas entre as diversas populações analisadas podem ser atribuídas a este fator. No caso de Campinas, o estádio do tumor ao diagnóstico se apresenta como um importante fator prognóstico”.

Nesse sentido, os especialistas afirmam, no artigo, que a melhor estratégia de controle desse tipo de tumor é a prevenção: “a redução da mortalidade e o aumento da sobrevida de câncer de estômago por meio da detecção precoce é limitada, devido ao alto custo da radiografia fotofluográfica e da gastroscopia subseqüente indicada para cerca de 10% dos indivíduos examinados, devendo ser indicada para as regiões de alto risco. A estratégia de controle desse tumor mais viável a longo prazo, e indicada para as regiões de menor risco, é a da prevenção primária, centrada principalmente no estímulo a uma dieta adequada”.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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