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Secretário do PTB admite saques nas contas de Valério

Inara Silva / Campo Grande News - 16 de agosto de 2005 - 14:14

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Compra de Votos, o primeiro-secretário do PTB, Emerson Palmieri, afirmou que o partido realizou quatro saques nas contas do empresário Marcos Valério. O empresário é acusado de ser o principal operador do suposto esquema de pagamento de "mensalão" a deputados da base governista e Palmieri exerce informalmente a função de tesoureiro do PTB.
O tesoureiro disse também que viajou para Portugal com o empresário Marcos Valério para arrecadar recursos na empresa Portugal Telecom para o seu partido e para o PT. Segundo relato, o deputado José Dirceu (PT-SP), então ministro-chefe da Casa Civil, havia negociado diretamente com deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a viagem. Dirceu teria dito que Marcos Valério seria o "emissário do PT na negociação".
Em relação aos saques das contas de Valério, Palmieri disse que dois desses saques, de R$ 100 mil cada, foram efetuados pelo então motorista da campanha de Ciro Gomes à Presidência, Alexandre Chaves. Conforme Palmieri, o recurso seria proveniente de uma "vaquinha" organizada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para ajudar Chaves a solucionar um "problema familiar" e teria sido solicitado ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Essa declaração confirma a versão apresentada anteriormente por Jefferson.

Pagamento a agências

Os outros saques foram feitos por Palmieri (R$ 145 mil) e novamente por Chaves (R$ 140 mil), em Belo Horizonte, e teriam financiado gastos do PTB com as agências de publicidade que realizaram os programas de TV do partido. Palmieri afirmou que não conhece Luiz Carlos Miranda Faria, cujo nome aparece em lista apresentada por Marcos Valério como sacador de R$ 1,068 milhão para o PTB.
Em relação aos R$ 4 milhões que Roberto Jefferson disse ter recebido diretamente do PT, Palmieri informou que participou da divisão desse montante em "blocos de R$ 150 mil e de R$ 200 mil", que foram guardados em um cofre e em um armário na sede do partido em Brasília, cujas chaves ficaram com o deputado. As informações são da Agência Câmara.

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