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Geral

Seca reduz produção em até 30%

26 de junho de 2006 - 14:57

A seca que atinge o município de Dourados desde o mês de maio vem causando prejuízos em quase todas as culturas de inverno, em mais um ano de insucesso parcial na atividade agrícola. Das seis principais culturas, cinco já registram decréscimo na produtividade por falta de água, de 20% a 30%, segundo indicou o mais recente levantamento do IBGE.

Outras regiões agrícolas vizinhas também passam pelo mesmo problema e, assim como em Dourados, os percentuais de perda variam de acordo com a propriedades, já que ocorreram algumas chuvas esparsas nas últimas semanas.

Nesta safra o complicador é que os produtores fizeram as lavouras de inverno sem a mesma tecnologia de anos anteriores, porque a falta de recursos financeiros – com mais uma frustração na safra de soja, fez com que evitassem o uso de tecnologia de ponta, como sementes de maior qualidade. A safrinha de milho, por exemplo, não é financiada pelo Banco do Brasil devido aos riscos climáticos e ao fato de muitos usarem sementes próprias, assim como na cultura do trigo.


Perdas

A quebra na safrinha em Dourados – onde foram plantados 75.000 hectares foi calculadas, até o momento, entre 30% (pelos técnicos) e 33% pelo IBGE. O rendimento caiu 20 sacas por hectare, em média. Até agora, A redução na produtividade é calculada em 1.200 quilos por hectares. A previsão inicial era de colheita de 60 sacas (3.600 quilos), agora reduzida para 2.400 quilos (40 sacas).

O trigo também está sofrendo com o estresse hídrico, no jargão dos agrônomos, porque foi plantado num período de muita chuva, mas agora enfrenta a estiagem e o excesso de calor para o período, normalmente de temperatura amena e de frio.

Nas 6.000 hectares cultivados pelos agricultores douradenses já há previsão de diminuição na produtividade de 2.100 para 1.800 quilos/ha. Isso representa menos cinco sacas por hectare.

A aveia branca é outra cultura de inverno que sofre com a falta de chuvas. Embora mais resistentes ao clima desfavorável, as lavouras estão sentindo os efeitos nos 1.000 hectares plantados em Dourados. O rendimento inicial de 2.000 quilos/ha caiu para 1.800 kg, segundo ainda o IBGE. A aveia é usada como cobertura do solo no inverno, servindo para o pastejo do gado, produção de feno e para a comercialização com indústrias.

Até mesmo o sorgo granífero está sendo afetado pela seca em Dourados. Na área de 800 hectares era esperada a colheita de 3.000 quilos/ha, mas a produtividade foi revista pela assistência técnica para 2.400 quilos. Esse grão é utilizado como componente na formulação de ração animal.

A novidade na última reunião do IBGE de Dourados foi a área plantada com o girassol: de uma estimativa preliminar em abril de 150 hectares, o plantio neste município saltou para 750 ha. Está sendo esperada a colheita de 1.500 quilos por hectare desta oleaginosa. Muitos agricultores aceitaram plantar o girassol, de forma experimental, para ver o resultado e estudar futuras ampliações das lavouras, diante do programa nacional de biodiesel.

A menor área das culturas de inverno em Dourados é a do chamado "feijão da seca" (2ª safra), com 400 hectares plantados, principalmente por pequenos produtores. Esta leguminosa também sofreu com os efeitos negativos da estiagem, de pragas e dos períodos de temperatura mais baixa e de vento. Com isso, o seu rendimento está previsto para cair de 1.800 para 1.200 quilos por hectare, ou seja, de 30 para 20 sacas/ha.


Autor: Cícero Faria - Correio do Estado

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