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Geral

São Maurício e Companheiros

Paróquia de São Pedro - 22 de setembro de 2018 - 09:00

Maurício, Exupério e Cândido eram os nomes de um grupo de oficiais do exército romano que no ano 286 foram encarregados de reprimir a revolta que ficou conhecida como a “Revolta dos Bagaudas”, palavra céltica que quer dizer multidão. Tratava-se de fato de uma revolta que punha em perigo o domínio romano na Gália. O imperador Diocleciano deu então ordens a Maximiano Hércules para sufocar essa rebelião. Segundo alguns escritos de Euquério, bispo de Lion, datados do ano 450, Maurício e seus companheiros mártires pertenciam à Legião Tebana, encarregada de reprimir esse movimento. A Legião era formada inteiramente por cristãos vindos dos exércitos egípcios que guardavam as fronteiras meridionais da Tebaida, daí o nome de Legião Tebana. Faziam parte dessa Legião, tecelões, sapateiros, mas também advogados, magistrados e funcionários públicos pertencentes à burguesia local. A Legião foi transferida do Egito para a Gália, não apenas para sufocar a Revolta dos Bagaudas, mas sobretudo com o propósito de consolidar o poder romano na região e impedir a expansão do cristianismo. Antes de entrar em combate, Maximiano ordenou que as tropas prestassem culto aos deuses romanos. Como Maurício e seus companheiros se recusassem a tomar parte nessa cerimônia que consideravam além de supérflua, sacrílega, a Legião foi castigada brutalmente e praticamente dizimada, por ordem do comandante. Como o castigo não foi suficiente para alterar o posicionamento dos soldados, Maximiano deu ordem para dizimar a Legião. Ao chegarem em Agaunum, como Maurício e seus companheiros não quisessem prosseguir, foram publicamente flagelados e a seguir, decapitados. Testemunhos antigos falam da existência de um culto a São Maurício e seus companheiros em Agaunum, e escavações na região constataram a existência de uma basílica construída no século V, no local da execução desses mártires. No século VI, Sigismundo, rei dos burgondos, construiu no lugar do martírio um mosteiro que existe até hoje e que deu origem à cidade de São Maurício.

No passado São Maurício e seus companheiros mártires, não hesitaram, em nome de suas convicções cristãs, em desobedecer às leis do todo poderoso exército romano. Hoje eles nos convidam a repetir o gesto todas as vezes que as leis humanas forem contrárias à nossa fé cristã, forem de encontro aos direitos básicos da pessoa humana e aos princípios de fraternidade e justiça pregados pelo Evangelho.

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