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São Martinho de Lima

Redação - 03 de novembro de 2019 - 09:00

São Martinho nasceu em Lima, capital do Peru, no dia nove de dezembro de 1579. Era filho de um cavaleiro espanhol e de uma mulata do Panamá, de origem africana. Gerado fora do casamento do pai, vivia pobremente com a mãe e, embora o pai não o tivesse reconhecido como filho por causa de sua pele escura, enviava-lhe dinheiro para ajudá-lo nos estudos. Martinho, entretanto, vivia entregue à própria sorte. Como mostrava inclinação para a medicina, dois vizinhos lhe ensinaram noções de farmácia. Aos 15 anos ele resolveu abandonar tudo e entrar no Convento de Nossa Senhora do Rosário de Lima, da Ordem dos Dominicanos. Foi admitido na Ordem Terceira e encarregado dos trabalhos mais humildes. Por fim seus superiores reconheceram sua grandeza de alma e o que ele representava para a Ordem e, no dia dois de janeiro de 1603, ele fez a profissão solene e foi acolhido, como membro definitivo. Gostava de ajudar na missa e vivia da Eucaristia. Durante toda a vida exerceu no convento a função de enfermeiro. Cuidava dos doentes com especial zelo e era de uma caridade sem limites para com todos. Sua bondade estendia-se também aos animais. E como, segundo contam, os ratos lhe obedeciam docilmente, até hoje ele é invocado, como protetor contra a infestação de ratos. São Martinho fez tudo para permanecer na obscuridade, mas não conseguiu, porque a fama de sua santidade logo se espalhou, e de longe bispos e teólogos vinham se aconselhar com ele. A quantidade de doentes que o procuravam no convento era tamanha, que começou a incomodar os outros frades que pediram ao Superior uma providência. “Assim não dá mais. Convento não é hospital”, diziam eles. Contam que ao ser interpelado, Martinho respondeu com simplicidade e doçura ao Superior: “Os doentes são o próprio Jesus. O senhor quer que eu mande Jesus embora?”. São Martinho de Lima morreu em 1639 e foi canonizado por João XXIII em 1962.

Os doentes que no passado procuravam em São Martinho conforto e cura para seus males, são hoje não apenas aqueles que precisam de cuidados médicos para o corpo, mas todos os que sofrem na alma a dor da injustiça, do desemprego, da fome, do salário insuficiente, da exclusão social. Devemos despedi-los também com nossa indiferença e omissão? Ou, a exemplo de São Martinho, devemos ser sensíveis às suas dificuldades, acolhê-los e ajudá-los, como se estivéssemos acolhendo e ajudando o próprio Jesus?

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