São Bonifácio nasceu em Bruxelas, Bélgica, no ano 1188. Fez seus estudos na Universidade de Paris. Ordenou-se sacerdote e mais tarde foi eleito bispo de Lausanne, na Suíça. Foi um grande educador e um ardoroso pregador contra os vícios e corrupção de seu tempo. Fiel às palavras de Jesus que pede que sejamos frios ou quentes, mas jamais mornos, São Bonifácio não conhecia a palavra neutralidade. Tomou partido contra os nobres, contra os reis e príncipes injustos, contra todos aqueles que exploravam o povo simples e humilde. Espírito universalista, homem de larga visão histórica, participou ativamente das lutas e movimentos reivindicatórios de seu tempo, envolvendo-se inclusive nos litígios entre estudantes e clérigos. Dava um enorme valor à amizade e teve uma caridade toda especial para com os leprosos e os cegos. Por causa de sua opção pelos mais simples e humildes, demonstrada não apenas através de obras de misericórdia, mas também das posições políticas assumidas com coragem, sofreu muitas perseguições e campanhas difamatórias. Nada nem ninguém porém foram capazes de fazer calar sua voz ou impedir que ele defendesse os pobres e necessitados. Depois de muita insistência, conseguiu do Papa Inocêncio IV permissão para deixar o episcopado. Mas nunca abandonou o sacerdócio. São Bonifácio faleceu em 1265. Seu corpo está sepultado na igreja de La Cambre.

Hoje, quando os pobres continuam sem voz e sem direito a um lugar ao sol, quando os que lutam em favor da justiça continuam sendo alvo de perseguições e difamações, a vida de São Bonifácio é um incentivo para todos os que querem comprometer-se com o projeto de fraternidade e justiça que Jesus veio trazer. Hoje São Bonifácio nos convida a descobrir as contradições existentes em nossa sociedade, a denunciar as arbitrariedades e injustiças cometidas pelos exploradores que, sob a capa de reis, príncipes e salvadores da pátria, são verdadeiros vampiros que sugam o sangue do povo. Hoje somos convidados por São Bonifácio a assumir, sem medo, a opção preferencial pelos pobres, porque negar que Jesus Cristo fez uma opção preferencial pelos pobres, é negar que Jesus nasceu pobre, viveu pobre e morreu pobre, é negar o Jesus que proclamou: Bem aventurados os pobres, porque deles é o reino dos céus.