O clássico entre Santos x São Paulo desbancou em importância neste século XXI o duelo entre Palmeiras x Corinthians, rivais históricos no Estado. As duas equipes se enfrentam neste domingo, às 15 horas, na Vila Belmiro, e como vem sendo tônica da disputa entre ambos nos últimos anos, a liderança move alvinegros e tricolores.

Na ponta do Paulistão, o Santos tem 31 pontos, um mais que o time do Morumbi. A ascensão do clássico entre Santos x São Paulo sinaliza o retorno das duas equipes às brigas por títulos neste milênio. Adormecido desde o final da década de 70, o Santos voltou a se acostumar com taças e disputas intensas por título. Em seis anos, o time da Vila faturou dois Brasileiros e quebrou jejum de 21 anos ao ganhar o Paulista-06, além de ter sido vice da Libertadores-03.

O São Paulo também acordou neste século: viveu um período áureo no início da década anterior, com a conquista de dois títulos mundiais, mas sofreu queda no final dos anos 90, quando assistiu ao domínio de Corinthians e Palmeiras, então apoiados por poderosos investidores. A equipe tricolor coleciona nesta virada de século campeonatos mundial, sul-americano, nacional e estadual.

Clássico estadual do século, Santos x São Paulo expõe o declínio de palmeirenses e corintianos desde 2001. Contando apenas os desafios entre os quatro grandes nos últimos sete anos, o Santos possui o melhor aproveitamento de todos: 60,13% dos pontos - com 28 vitórias, oito empates e 15 derrotas.

O São Paulo aparece como o segundo time com melhor desempenho em clássicos, desde 2001, envolvendo o quarteto paulista, com 50,84%. Já Corinthians e Palmeiras apresentam desempenhos bem abaixo dos outros dois clubes, com 38,18% e 34,01%, respectivamente.

Revelado pelo Corinthians no final da década de 90, o lateral-esquerdo Kléber esquece estatísticas e aponta alguns fatores determinantes para o crescimento dos confrontos entre os times do Morumbi e da Vila Belmiro. Para o jogador santista, a geração dos Meninos da Vila, apresentada ao mundo em 2002, provocou efeito devastador sobre os rivais, principalmente diante do São Paulo.

A comemoração feita após gol pelo meia Diego sobre o distintivo do São Paulo, no Morumbi, em 2002, simboliza a disputa intensa que vem marcando o clássico entre as duas equipes. A vibração do meia alvinegro custou um entrevero com o então volante são-paulino Fábio Simplício.

"Creio que o clássico entre São Paulo x Santos ganhou maior repercussão depois daquele jogo em que o Diego [ex-meia-santista] comemorou sobre o símbolo do São Paulo. A rivalidade ficou maior desde então. Mas também tem o fato de as duas equipes estarem sempre brigando pelas lideranças das competições. Isso fortalece o clássico. Ninguém queria perder para aquela geração do Robinho, daí o Santos passou a ter mais atração", entendeu o ala Kléber.

Um dos poucos jogadores a ter defendido os quatro grandes de São Paulo, o zagueiro Antônio Carlos, 37, destaca o investimento feito por santistas e tricolores em seus departamentos de futebol; a inversão de importância dos clássicos paulistas está totalmente atrelada à superioridade de ambos fora de campo.

"Hoje São Paulo e Santos apresentam as melhores estruturas. O Corinthians não oferece uma estrutura semelhante e o mesmo acontece com o Palmeiras. Isso pesa muito no momento de um atleta optar por uma equipe e na preparação de um elenco. Não é por acaso que Santos e São Paulo estão sempre disputando as primeiras posições", entendeu o veterano zagueiro santista.


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