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Geral

Saiu o preço mínimo da mandioca

Cristiane Sandim - 04 de maio de 2004 - 09:16

Industriais do setor de amido de mandioca definiram o preço mínimo de garantia de R$ 120,00 para a tonelada de raiz de mandioca na safra 2004/2005. O valor foi definido após exaustivo debate entre os industriais que participaram da reunião mensal dos associados da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), no último dia 23 no município de Guaíra/Paraná.

"Na verdade o assunto vem sendo debatido desde o início do ano de modo a chegar a um acordo que fique bom tanto para a indústria, principal interessada em ter garantia de produção, quanto para os produtores", explica o coordenador da Câmara Setorial da Mandioca, Carlos Gonçalves, que vem desenvolvendo junto a Secretaria de Estado da produção e Turismo (Seprotur), um trabalho de conscientização dos agricultores quanto à importância do contrato de garantia. Segundo ele o preço mínimo deverá ser aplicado nos contratos de fornecimento de raiz às
indústrias fabricantes de amido de mandioca, assinados entre as indústrias e produtores rurais, porém lembra Carlos "nada impede que a indústria negocie com o produtor a um preço superior aos R$ 120,00 estipulado como mínimo de garantia na próxima safra".

A definição de um preço mínimo para as negociações entre fabricantes de amido e produtores de mandioca é parte integrante do programa Plantio Responsável de Mandioca desenvolvido pela Câmara Setorial em Mato Grosso do Sul. O objetivo desse programa é assegurar maior oferta de matéria-prima às indústrias de amido, se estabelecendo com o produtor rural uma relação comercial que traga benefícios aos envolvidos na cadeia. Um exemplo prático está na Fecularia Mundo Novo, inaugurada em novembro de 2003. A indústria, que começou a funcionar a todo vapor no há aproximadamente três semanas, está produzindo uma média de 200 toneladas/dia.

RESULTADOS

O município de Mundo Novo, a 485 quilômetros de Campo Grande, "está muito satisfeito com os resultados que a cultura da mandioca vem trazendo para a população da região, principalmente quando se fala de pequenos produtores", é o que afirmou o secretário de Agricultura do município, Aleamir Biazussi, durante o "I Encontro Sobre Agricultura Familiar e Conservação de Solo" que aconteceu na última quinta naquele município. Conforme Biazussi, muitos agricultores acabaram deixando suas antigas culturas para investir na mandioca devido ao contrato de garantia, aos incentivos e principalmente a implantação da nova fecularia.

É o caso do agricultor, Gerson Pereira de Souza que plantava em sua propriedade o algodão, para comercialização, e a mandioca para subsistência. Hoje o resultado da nova cultura está no largo sorriso do produtor que ao fazer as contas pode contar com um ganho bem maior ao final do mês. Gerson começou em outubro de 2003 com seis hectares já tendo em vista um contrato de garantia de R$ 100,00 a tonelada com a Fecularia Mundo Novo. Tendo em vista que o rendimento dele deve chegar próximo a 25 toneladas/hectare, o ganho da família Souza será superior há R$ 1.000,00 por hectare se levarmos em consideração que foram gastos cerca de R$ 1.500,00 em cada hectare e o preço mínimo é de R$ 100,00 por tonelada.

De acordo com o diretor do departamento técnico da Fecularia Mundo Novo, João Fragata, com a qual Gerson de Sousa fechou contrato, o lucro vai ser ainda maior haja vista que a indústria está pagando uma média de R$ 200,00 por tonelada da raiz. Os números são bem animadores não só para a família Souza, mas também para os 274 produtores de Mundo Novo que assinaram contrato com a Fecularia. Dentre esse total 224 agricultores tiveram acesso a projetos de crédito rural que somou mais de R$ 1 milhão.

"Mas os projetos da indústria não param por aí", é o que afirma Fragata. Segundo ele para 2005 a Fecularia irá aumentar suas estruturas pasando a trabalhar com derivados da mandioca. "É mais uma forma de ter caminho certo para a produção dos nossos amigos produtores", conclui.

PLANEJAMENTO

Como estratégia de sensibilização dos produtores rurais e fecularias associadas a Câmara Setorial agendou, inicialmente, quatro seminários regionais para estar apresentando resultados e discutindo possíveis diretrizes na cultura. A previsão é que a partir do dia 11 de maio as reuniões sejam efetuadas. Conforme o calendário Ivinhema será o primeiro município seguido de Deodápolis, Itaquiraí e Amambaí a realizar os encontros nos dias 11, 12, 13 e 14 de maio, respectivamente - os locais ainda não foram definidos. Segundo Carlos Gonçalves, também serão agendadas reuniões em Campo Grande.

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