Ao mesmo tempo, o melhor resultado feminino do futebol brasileiro em Jogos Olímpicos e um placar que não refletiu a superioridade do Brasil em campo. A reação do técnico Renê Simões à derrota da Seleção Brasileira para os Estados Unidos na final dos Jogos de Atenas transitou entre as duas possíveis análises do que foi a partida.

"O futebol é o esporte número um do mundo. E uma das razões para isso foi mostrada aqui. O melhor time não ganhou. Isso é fascinante no futebol. Hoje o Brasil foi melhor e mereceu vencer. Parabéns aos Estados Unidos, que agüentou a pressão e fez mais gols que o nosso time", disse Renê.

No entanto o treinador foi também capaz de enxergar a medalha de prata em perspectiva: "Estamos trabalhando há seis meses e o pódio foi um bônus. O verdadeiro vencedor hoje foi o espectador. Foi um jogo muito bom". Jogo bom, atuação brasileira ainda melhor. Por isso, o sentimento também de decepção diante do resultado. "Estamos tristes pelo jogo que fizemos. Estatisticamente, nós só perdemos em um quesito: gols. Tivemos mais posse de bola, mais chutes a gol...", analisou.

Renê preferiu não reclamar da arbitragem ou opiniar sobre um lance que a bola teria tocado na mão de uma zagueira americana dentro da área no primeiro tempo da prorrogação, o que configuraria um pênalti para o Brasil: "Isso não vai entrar na História. A História vai dizer que os Estados Unidos são campeões olímpicos. Não é a minha área dizer se foi pênalti ou não".

Já a história de Renê Simões dificilmente continuará ligada à Seleção feminina. "Acho que vai ser dificil. Tenho três filhos para criar. Investi no sonho olimpico por seis meses. Estou muito feliz com a forma como elas responderam, mas tenho contas para pagar e devo voltar ao futebol masculino, que é onde está o dinherio".