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Radiação solar insuficiente pode limitar tomate

Agência Notisa - 14 de fevereiro de 2006 - 07:49

A produtividade das culturas protegidas é determinada basicamente pela disponibilidade de energia solar. O crescimento e o desenvolvimento normal das culturas só ocorrem quando a quantidade de radiação recebida é superior ao limite trófico (relativo à nutrição). No entanto, a radiação solar é modificada pelo uso de estufas plásticas, devido à reflexão e à absorção pelo material de cobertura. Para se ter uma idéia, nas diferentes regiões do Brasil, em geral, pode ocorrer uma redução da radiação solar incidente de até 35% no interior da estufa. Nesse sentido, pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) resolveram avaliar a variação da radiação solar, bem como verificar sua disponibilidade no interior de um ambiente protegido ao longo do ciclo do tomateiro (verão-outono).



O trabalho foi conduzido, entre janeiro e junho de 2003, na área experimental do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, no campus da UFPel. De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2006 da revista Ciência Rural, “as diferenças no recebimento de radiação solar no interior das estufas se refletem sobre o resultado fenológico (influência do clima na floração e frutificação) e produtivo dos cultivos. A radiação solar é o principal fator que limita o rendimento das espécies tanto a campo quanto em ambientes protegidos. Reduções na radiação solar na ordem de 1% refletem reduções de 1 a 3% na produção final, para culturas como tomateiro e pepino”.



A equipe observou que, no decorrer do experimento, a densidade de fluxo de radiação solar no interior da estufa foi menor do que a céu aberto (exterior). No entanto, as curvas da radiação solar interna e externa apresentaram dias com proximidade de valores, principalmente em dias nublados ou chuvosos. “Isto mostra que o efeito redutor do filme plástico em dias com nebulosidade não é tão grande, mas, por outro lado, nos dias completamente claros, sem nebulosidade, o distanciamento entre as curvas foi bem acentuado”, explicam os pesquisadores no artigo.



Por outro lado, eles verificaram também que a radiação solar diária no interior da estufa foi inferior ao limite trófico em 53 dias, o que representou 50,5% dos dias analisados. No período próximo ao inverno, eles constataram que a radiação solar chegou a valores inferiores e/ou próximo ao limite trófico, mostrando ser um período limitante para o desenvolvimento da cultura. “A radiação solar disponível na região de Pelotas é limitante a partir do final de outono, sendo que a implantação e o manejo do tomateiro em estufas devem ser realizados de forma a evitar que o período reprodutivo coincida com a baixa disponibilidade de radiação solar”, alertam no artigo.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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