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Puccinelli diz que Zeca deixa Estado em caos financeiro

Fernanda Mathias e Graciliano Rocha / Campo Grande News - 30 de dezembro de 2006 - 06:31

O governador eleito André Puccinelli (PMDB) apresentou na tarde desta sexta-feira um cenário sombrio para seus primeiros dias à frente do governo, alegando colapso de caixa. “Estamos fuzilados”, disparou, durante entrevista coletiva no prédio em que se concentrou a equipe de transição – da antiga Fundação de Cultura – no Parque dos Poderes. Segundo Puccinelli, o atual governo não pagou a parcela da dívida com a União, que soma cerca de R$ 28 milhões, e a partir do dia 9 de janeiro deverá entrar no Cadin (Cadastro de Inadimplentes do Governo Federal) e ter as contas bloqueadas para recebimentos de repasses federais. Como os bancos não funcionaram ontem, anteontem era o último dia para que o repasse fosse feito o que, segundo o governador eleito, não ocorreu.

André disse que vai procurar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, já em sua primeira semana de governo para tentar sensibilizar o governo federal a não bloquear as contas do Estado. Caso o bloqueio ocorra, disse, Mato Grosso do Sul deixa de receber repasses do FPE (Fundo de Participação dos Estados), ressarcimentos referentes à Lei Kandir – que desonera produtos primários de ICMS na exportação – e dinheiro de convênios.

Puccinelli usou a sigla SDS, que significa “Só Deus Sabe” quando questionado se o pagamento dos 55 mil funcionários públicos referente a dezembro irá sair. Disse que pretende convencer o governo federal de que isso é obrigação da gestão do atual governador, Zeca PT, por se tratar do exercício ainda de 2006. “Presume-se que não haverá dinheiro em caixa para pagar esse salário”, sugeriu. "Se tivesse o dinheiro ele pagaria e faria média com os servidores".

Reforçando o cenário "dramático", Puccinelli disse que a partir de amanhã não haverá gasolina para as viaturas da polícia e ambulâncias. Ele afirma que está herdando uma dívida de R$ 700 milhões, que vence a curto prazo, e que “quando tiver dinheiro” vai começar a discutir parcelamento. Anteriormente, ele obteve uma moratória de 120 dias e sugeriu parcelamento de dívida com a Petrobras estimada em R$ 233 milhões.

Na manhã desta sexta-feira, ele esteve rapidamente com o governador Zeca do PT e recebeu relatórios sobre obras e convênios. Além dessas informações, muitos futuros secretários já vinham despachando no Parque dos Poderes para conhecer o cenário da máquina estatal.

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