O Ministério da Educação e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) decidiram ampliar, a partir do próximo ano, o programa Abrindo Espaços, que prevê a abertura de escolas nos fins de semana para a comunidade. Lançado em 2000, o projeto promove atividades esportivas e culturais nas escolas como forma de reduzir os índices de violência entre os jovens. De acordo com a Unesco, os índices de mortes de jovens aumentam de 12%, durante a semana, para 23%, aos sábados e domingos.


O ministro Tarso Genro revelou a intenção do MEC ao representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, anteontem, como resposta à pesquisa da Organização que apontou a existência de violência nas escolas públicas, segundo 83% dos alunos entrevistados em cinco capitais e no Distrito Federal. A nova fase do projeto deve ser iniciada, em fase de teste, em escolas de Pernambuco, Espírito Santo e Minas Gerais, onde estão as maiores taxas de violência nessa faixa etária. “A idéia é atrair não só os alunos, mas a comunidade toda, retirando os jovens das ruas”, disse Werthein.


A proposta, segundo o ministro, é combinar a informatização dos estabelecimentos à participação da comunidade no processo escolar. “Caberá ao MEC fazer a articulação com os governos estaduais e municipais para concretizarmos essa idéia”, declarou Tarso. Existem hoje, 179.935 escolas de ensino básico no País. Técnicos do ministério e da Unesco vão se reunir nos próximos dias para tentar fechar a proposta.


O programa Abrindo Espaços já existe em algumas cidades graças a parcerias entre secretarias de Educação e a Unesco. Em São Paulo, 5.306 escolas já ficam abertas nos fins de semana. No Brasil, são cerca de sete mil, segundo o representante da Unesco. Cálculo baseado nos projetos que já estão em vigor apurou que o custo mensal por beneficiário do espaço das escolas é de R$ 3,50 por mês.


Repórter: Flavia Nery