Brasília - A Previdência Social registrou no mês de outubro a segunda maior arrecadação líquida do ano: R$ 7,7 bilhões. O número é inferior somente aos registrados em junho. Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira, pelo secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Helmut Schwarzer. Segundo ele, na comparação não foram considerados os números de dezembro, quando a arrecadação sobra por causa do 13º.

Um dos motivos para o aumento da receita foi o crescimento do mercado de trabalho. Apesar do alto valor da arrecadação, o resultado previdenciário, variação entre despesas com benefícios previdenciários e arrecadação líquida, do mês de outubro é semelhante ao de setembro, quando foram arrecadados R$ 2,554 bilhões.

A principal causa do déficit é o aumento das despesas com benefícios previdenciários, que chegaram a R$ 219,3 milhões a mais do que em relação a setembro."Desconsiderando as sentenças judiciais, a despesa com benefícios previdenciários apresentaria crescimento de 0,9%, comportamento que pode ser considerado normal, devido ao crescimento vegetativo do estoque de benefícios", afirmou o secretário.

De janeiro a outubro, a previdência acumula déficit de R$ 22,636 bilhões. Segundo Schwarzer, para melhorar os resultados é preciso que o Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas do país, tenha um crescimento consistente, pois a relação entre o índice e o crescimento da previdência é estreito.

Também foram divulgados os números da arrecadação líquida e dos benefícios previdenciários das áreas urbanas e rurais. Enquanto no campo foram arrecadados R$ 2,5 bilhões, nas áreas urbanas foram R$ 71,5 bilhões. Schwarzer acredita que é preciso combater a sonegação, principalmente nas áreas rurais "Temos que acabar com a sonegação. De acordo com o último censo, divulgado nos anos 90, há uma sonegação de cerca de 50% nas áreas rurais", afirma.