O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez, nesta segunda-feira (13), um apelo aos líderes dos partidos para que não sejam cometidos novamente os erros da CPI do Banestado, quando o presidente, do PSDB, e o relator, do PT, não se entenderam, e, por conseqüência, não foi apresentado um relatório ao final dos trabalhos. Para Simon, é fundamental que o presidente e o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios estejam "isentos de paixão".

- É preciso entender que, numa CPI, ainda que esteja representando um partido, o cidadão é uma espécie de desembargador, um juiz. Uma comissão de inquérito é um tribunal de justiça - observou, acrescentando que é preciso tomar cuidado para que a CPI não se transforme em "conflito para esconder a verdade".

O senador disse que vê como muito importantes os próximos passos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, Lula não deveria esperar pelos resultados da CPI para agir, assim como não deveria esperar as conseqüências das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, acusado de remessa ilegal de recursos para o exterior e crime eleitoral, e sobre o ministro da Previdência, Romero Jucá, suspeito de prática de irregularidades na aplicação de dinheiro emprestado pelo Banco da Amazônia (Basa) à empresa Frangonorte, da qual era sócio. Ambos, na opinião de Simon, deveriam deixar seus cargos durante as investigações.

- Seria importante que o presidente da República desse um rumo novo a seu governo. Não se governa com amigos, mas com a consciência da busca pelo bem comum. O que está em jogo é sua moral, sua história, sua biografia, que o mundo inteiro admira - alertou.

Simon foi aparteado por José Sarney (PMDB-AP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM).