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Presa quadrilha que aliciou 80 para prostituição em MS

Campo Grande News/ Ângela Kempfer - 15 de abril de 2010 - 13:35

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira cinco suspeitos de integrar quadrilha que aliciava jovens e adolescentes em 6 estados para trabalhar em duas casas noturnas de Mato Grosso do Sul e uma de Minas Gerais. Segundo a PF, desde o início do ano passado, pelo menos 80 mulheres foram aliciadas.

A operação, batizada de Ateneia (deusa virgem), foi deflagrada na manhã de hoje em casas de prostituição de Aparecida do Taboado e Paranaíba, além de Frutal e Uberlândia, em Minas, e no Tocantins na cidade de Araguaína, distante 376 km ao norte de Palmas.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Araguaína.

Não foi especificado o número exato de meninas encontradas nesses locais durante a operação, mas a Polícia Federal estima que entre 15 e 30 menores foram aliciadas nos Estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Ceará, São Paulo e Bahia, para trabalhar em MS e MG.

A principal articuladora do grupo seria a dona das 3 casas de prostituição, e seu filho, encarregado de falsificar os documentos e auxiliar a mãe na administração dos bordéis.

Os aliciadores ganhavam um percentual por garota atraída para o esquema.

Rodízio - A estimativa era de uma garota aliciada por semana. Para sempre oferecer sempre uma menina nova aos clientes, era feito rodízio entre as casas de MS e Minas.

As meninas eram abordades em praças, lanchonetes e até na porta de escolas. Já as mulheres mais velhas, eram abordadas em bares e boates.

"As vítimas dos aliciadores tem em comum o fato de serem muito pobres, morarem em locais miseráveis, sem perspectivas de ascensão social ou profissional. Para algumas mulheres,ofereciam empregos e para outras propunham a prostituição abertamente", explica a PF em nota.

Para convencer as garotas, a maioria pobre, era feita a promessa de trabalho em casas de famílias, com bons salários, alimentação e passagens, mostram as investigações.

"Escravas" - Segundo a PF, a quadrilha falsificava documentos e fazia dívidas de alto valor em nome das garotas, que também eram mantidas sob vigilância e sofriam agressões morais e físicas caso ameaçassem denunciar a situação.

Um dos casos é de garota que depois de sofrer um aborto, apanhou e foi expulsa de uma das casas de prostituição.

As que ficavam velhas, segundo a Polícia Federal, passavam a integrar o bando ou eram expulsas, sem indenização ou condições de voltar aos estados de origem.

Execução - A PF também suspeita que a quadrilha tenha assassinado um dos seus integrantes. Ele teria sido morto por ter dado informações sobre o paradeiro de uma das vítimas aliciadas para a mãe da garota e prestado informações para agentes da PF sobre o funcionamento do esquema de falsificação de documentos.

Além do crime de tráfico de pessoas e de falsificação de documentos, os cinco presos serão indiciados pelos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

"Para as maiores de idade será oferecida a possibilidade de retorno a seus lares. As menores terão sua situação avaliada pelo Juizado da infância e Juventude, Conselho Tutelar e demais autoridades competentes dos locais onde se encontram as casas de prostituição", detalha a Polícia Federal de Araguaína, responsável pela operação.

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