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Preço do boi gordo é o menor desde 1996, diz CNA

Famasul Notícias - 09 de maio de 2005 - 15:17

Entre janeiro e abril deste ano, o preço da arroba recuou 6,7%

No mesmo dia em que o Ministério da Agricultura decidiu suspender os embarques de carne bovina industrializada para os Estados Unidos - o que pode significar mais pressão de oferta no mercado interno -, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou que a arroba do boi registra atualmente os preços mais baixos desde 1996.

Segundo estudo feito pelo Cepea/USP para a CNA, a arroba do boi foi negociada a R$ 55 na quarta-feira. Esse é o menor valor desde junho de 1996. Naquele mês, o valor da arroba pago ao pecuarista ficou em R$ 54,78, considerando preços deflacionados pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Entre janeiro e abril deste ano, o preço da arroba recuou 6,7%, segundo Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da CNA. Ele explicou que a seca em regiões produtoras de gado, como Mato Grosso do Sul, Sul do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, levou os pecuaristas a ofertar mais animais, já que a seca reduz a disponibilidade de pasto para alimentação. "Houve uma avalanche de oferta. Alguns frigoríficos tinham escala [de abate] de 30 dias", afirmou. Essa situação permitiu aos frigoríficos "manipular" os preços, disse Nogueira.

Segundo ele, a desvalorização do dólar ante o real também pressiona a arroba do boi gordo já que os frigoríficos têm menos receitas em reais com as vendas e não conseguem repassar para os preços na exportação. Nogueira disse, contudo, que parte dos exportadores está passando a vender em euros para driblar a queda do dólar.

Ele disse ainda que a atual situação deve levar a uma redução no confinamento de animais para a entressafra, já que os custos dos insumos continuam altos apesar da queda dólar. Com menos confinamento, a oferta de boi gordo deve ser menor. "Deve haver recuperação a partir de agora com o início da entressafra".

Para Nogueira, a estagnação do consumo no mercado interno - em 36 quilos per capita - também pressiona. Por isso os produtores criaram o Instituto Pró-Carne para estimular o consumo dentro do país. Para o exterior, as vendas seguem crescendo. Foram 641,2 mil toneladas até abril, 26% a mais que em igual período de 2004. A receita somou US$ 840 milhões no período, alta de 27,5%. Ele reafirmou, porém, que os ganhos nas exportações não estão sendo repassados ao produtor.



Autor:
Valor Econômico

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