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Pode ser criado curso de agroecologia para índios de MS

Michèlle Canes/ABr - 21 de outubro de 2005 - 09:54

O Ministério do Meio Ambiente apresenta hoje (21) aos ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário proposta de criação do curso de agroecologia para os índios de Mato Grosso do Sul. Inicialmente seriam atendidos os índios terena e kadiwéu. Segundo o coordenador do programa Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral, os índios vão aprender a trabalhar a agricultura sem afetar o meio ambiente e também terão a oportunidade de usar seus conhecimentos tradicionais.

O objetivo é permitir que eles incorporem conhecimentos da agroecologia, para que tenham maior sustentabilidade nessa exploração, além de valorizar alguns conhecimentos. "Alguns valores tradicionais, de forma que eles possam ter uma relação harmoniosa com a natureza e, ao mesmo tempo, conseguir de forma sustentável a sua subsistência, para que não fiquem dependentes de recebimento de cestas básicas do governo", disse.

Cabral disse que a duração do curso será de três anos e meio e a metodologia usada será a mesma já testada com a agricultura familiar, que permitirá aos índios receber as informações teóricas e aplicar na aldeia o que aprenderam em aula. Segundo o coordenador, essa metodologia oferece aos estudantes a possibilidade de testar se o que estão aprendendo é ou não viável. Também permite verificar os problemas que depois são levados para a sala de aula e discutidos com os professores e colegas.

A seleção dos índios para o curso será feita na própria comunidade. "Eles vão passar por uma prova maior, que é a indicação da comunidade. A primeira seleção começa aí", disse. Para Cabral, é necessário que cada participante do curso se comprometa a não abandonar as aulas, a permitir a alternância e a dar continuidade às atividades. "O objetivo é formá-lo para a aldeia. O trabalho dele não é o mercado comum, mas o mercado da aldeia", destacou.

A seleção deve ser feita já no início do ano que vem. Inicialmente serão cerca de 40 alunos. O programa esta orçado em R$ 2,5 milhões que serão arrecadados nos três ministérios envolvidos, no governo de Mato Grosso do Sul e na Funai.

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