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PMDB pode voltar a ter maior bancada no Senado

Marcela Rebelo/ABr - 30 de outubro de 2006 - 06:25

O resultado que sai das urnas no segundo turno irá refletir na composição do Congresso Nacional, especialmente do Senado. No primeiro turno, o PFL elegeu a maior bancada na Casa, passando de 16 para 18 cadeiras.

No entanto, esse quadro deve mudar, o que pode garantir ao PMDB a presidência do Senado. “Já há a expectativa de que alguns senadores possam migrar para o PMDB, e o partido, então, volte a ter maior composição na Casa”, explicou o diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, em entrevista à Agência Brasil.


O PMDB, que tinha a maior bancada, caiu de 20 para 15 senadores, mas, após os resultados deste 29 de outubro, pode voltar a ter a maior representação no Senado.

No segundo turno, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) perdeu a eleição ao governo do Maranhão para Jackson Lago (PDT). Ela está entre os parlamentares que devem ajudar o PMDB a aumentar a bancada no Senado. “O PFL vai abrir uma sindicância para apurar o comportamento da senadora Roseana, que fez campanha para o presidente Lula. O PFL estava na chapa do PSDB, portanto, ela deveria fazer campanha para o Alckmin”, ressaltou Queiroz.


O diretor do Diap lembrou que já houve um rompimento da senadora com o PFL. “Naturalmente, ela irá para o PMDB, em que o pai dela, o senador José Sarney [AP], é uma das expressões, e também há uma afinidade maior para efeito de desempenho político em seu estado”.

Segundo Queiroz, há possibilidade do senador eleito pelo PTB maranhense Epitácio Cafeteira também migrar para o PMDB. “Ele pertence ao mesmo grupo político de José Sarney e da Roseana e vai, em solidariedade, acompanhar a senadora nessa mudança de partido”. Assim como ele, o senador Edison Lobão (PFL-MA) pode acompanhar Roseana ao PMDB.

O senador José Maranhão (PMDB-PB), que estava licenciado, volta à Casa, depois de perder a disputa no segundo turno para Cássio Cunha Lima (PSDB), aumentando também o número de peemedebistas no Senado, garantindo ao partido a maioria.

“Por força da mudança que os partidos terão que fazer necessariamente para se acomodar à exigência da lei da cláusula de barreira, a tendência natural daqueles partidos que não atingiram o coeficiente eleitoral é que migrem para partidos maiores e naturalmente da base do governo, que oferecem melhores condições para o exercício do mandato”, lembrou Queiroz.

O diretor do Diap destacou que, por tradição, o partido que tem a maior bancada elege o candidato a presidente da Casa. “Com isso, o PMDB deve eleger o presidente do Senado e ceder a presidência da Câmara para outro partido da base de sustentação do presidente Lula”, disse. Ele disse que o partido tem prioridade também na escolha dos presidentes das comissões.

Para Queiroz, a escolha também é fundamental para a governabilidade no segundo mandato. “Se o presidente não tiver na presidência da Câmara e do Senado um aliado, terá enorme dificuldade para governar. Porque é o presidente da Casa é quem define a agenda legislativa, aquilo que pode ser votado, e o grau de prioridade que vai conferir às políticas públicas. De modo que pode criar, além de dificuldades na votação de determinadas matérias, toda ordem de constrangimento ao presidente, por exemplo, encaminhando requerimento de informações a ministros. Tudo isso depende em certa medida do presidente da Casa”, destacou Queiroz.

Na Câmara, o PMDB tem a maior bancada com 89 deputados, seguido do PT, com 83.


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