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Piscicultores ameaçam fechar ponte rodoferroviária 6ª-feira

Luciano Moura, Diário da Região - 10 de setembro de 2014 - 20:41

Piscicultores prometem fechar a ponte rodoferroviária, que liga Rubinéia (SP) a Aparecida do Tabuado (MS), sexta-feira, a partir das 6h. Eles vão protestar contra uma liminar que permite que a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira opere abaixo da cota mínima de 323 metros, segundo determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ontem à tarde, a usina operava a 320, 1 metros.

O diretor da Associação dos Proprietários de Piscicultura da região, Assis Castelan, afirma que a queda no nível do reservatório baixa a taxa de oxigênio e eleva, consequentemente, a temperatura da água. “Isso aumenta a mortandade de peixes”, disse ele.

Emerson Esteves, presidente da Câmara Setorial do Pescado do Estado, diz que o protesto deve reunir cerca de 400 pessoas entre piscicultores, comerciantes e pescadores. O grupo se reúne hoje, às 19h30, na Casa do Agricultor em Santa Fé do Sul para definir estratégias do bloqueio. Segundo Esteves, cerca de 12 mil toneladas de tilápias são produzidas por mês no reservatório. “A atividade gera mais de três mil emprego diretos. Somos o maior produtor de tilápias do País”.

Imbróglio judicial

O juiz federal Rafael Andrade de Margalho determinou, no dia 21 do mês passado, a paralisação imediata da usina de Ilha Solteira - maior do Estado e a terceira maior do Brasil. Entretanto, a determinação judicial não foi cumprida nem pela Cesp nem pela ONS. No dia 29, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região suspendeu essa liminar. A decisão foi do presidente do órgão, desembargador Fabio Prieto, que aceitou o pedido da União para que a usina pudesse produzir energia abaixo da cota mínima de 323 metros, conforme determinação do ONS.

Para cumprir a liminar e encher o reservatório, o ONS teria que liberar um volume de água da ordem de 3 bilhões de metros cúbicos das cabeceiras do rio Grande e do rio Paranaíba para Ilha Solteira. O governo argumentou que essa decisão teria como consequência secar a Bacia do rio Grande em dois meses e a Bacia do rio Paranaíba em seis meses. Além disso, a decisão afetaria a geração de 34 usinas hidrelétricas que ficam antes de Ilha Solteira, em Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

Matéria de autoria do jornalista Luciano Moura, do Diário da Região de São José do Rio Preto.

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