Cerca de 100 milhões de mulheres, em todo o mundo, usam hormônio sintético para inibir a ovulação e evitar a gravidez. Mas os anticoncepcionais podem aumentar as chances de começar um processo de endurecimento das artérias, o que leva a infartos e derrames cerebrais. Um estudo apresentado durante o encontro da Associação Americana do Coração, trouxe o assunto à tona. Nele, ficou provado que as taxas de arteriosclerose cresceram entre 20% e 30% por cada década de utilização da pílula. Pelo estudo, as mulheres que consomem o medicamento possuem uma tendência maior a ter placas nas artérias. O cardiologista Anderson Oliveira confirma que o risco é grande.

"Como saiu agora, no último congresso da Associação Americana de Cardiologia, o contraceptivo oral aumenta a incidência da formação de placas de gordura que entopem as artérias. Esse entupimento nas artérias, sejam elas coronarianas ou no Sistema Nervoso Central, no cérebro, ou nos membros inferiores, as artérias periféricas, aumenta a incidência de possíveis infartos agudos do miocárdio ou de derrames."

Anderson Oliveira lembra que existem dois tipos de anticoncepcionais. Um tem maior dosagem de estrógeno, que pode ajudar na produção do colesterol bom no sangue. O outro é baseado na progesterona, que não tem o mesmo efeito. Por isso, é preciso conversar com o médico antes de começar a tomar a pílula. As mulheres fumantes e as que têm os índices de colesterol alterados também precisam tomar mais cuidado com o uso do medicamento, porque esses já são fatores de risco isoladamente.

De Brasília, Leilane Alves