A Polícia Federal de Montes Claros (MG) e de Rio Claros (SP) prendeu nesta manhã seis pessoas acusadas de estelionato por aplicar o golpe do bilhete premiado. Mais duas pessoas, também consideradas chefes da quadrilha especializada nesse tipo de golpe no país, ainda estão foragidas.

Segundo o delegado federal de Montes Claros, Rogério Machado, este golpe vem sendo praticado desde 2001 em vários estados, principalmente em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Ao aplicar o golpe, contou Rogério, os integrantes da quadrilha costumam abordar mulheres idosas e viúvas com boa situação financeira. Geralmente eles agem em dupla.

Um dos membros da quadrilha, que se passa por um caipira inocente e se diz portador de um bilhete premiado, aborda a vítima para pedir-lhe ajuda de como retirar o prêmio lotérico. Imediatamente, outro integrante, passando-se por empresário, aproxima-se e oferece ajuda ao caipira.

Neste momento, o falso caipira oferece à vítima e ao empresário uma parte do prêmio lotérico para que possam, juntos, acompanhá-lo ao banco para retirar o dinheiro. Mas pede, em troca, uma garantia financeira.

O empresário, que faz parte da quadrilha, entrega ao caipira uma mala de dinheiro, o que faz com que a vítima, imediatamente, dê sua parte como sinal. Após receber o dinheiro da vítima, a dupla foge, chegando, em alguns casos, a roubar carros e objetos.

O delegado Rogério Machado não soube precisar quantos golpes desse tipo já foram realizados no país, mas garantiu que muita gente já foi vítima desse crime. Em muitos casos, informou ele, as vítimas nem denunciam o crime por constrangimento. E alertou, em entrevista à Agência Brasil: "Muitas pessoas caem neste golpe porque os integrantes da quadrilha são muito bons de lábia".