Pesquisa mostra que peso das máquinas e, conseqüentemente, a potência variam de acordo com as marcas e que grande parte dos tratores são utilizados de forma inadequada.

O peso do trator está diretamente ligado ao seu desempenho em campo, sendo importante também na definição da aptidão na execução de determinadas tarefas. Os tratores mais leves são adequados à execução de operações mais leves e a maiores velocidades, tais como pulverização, transporte interno e externo à propriedade, entre outras. Já os tratores mais pesados são apropriados para operações de maior exigência de força de tração, desenvolvendo, portanto, menores velocidades, tais como aração, escarificação e gradagem. Os tratores fabricados no Brasil apresentam uma heterogeneidade muito grande, sendo muitas vezes subutilizados. Essa é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria.

De acordo com artigo publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2005 da revista Ciência Rural, “durante a fase de projeto de um trator agrícola, as características ponderais são determinadas pelas diferentes concepções dos fabricantes. Isto provoca a demanda de informações comparativas entre marcas e modelos sempre que for necessário selecionar estas máquinas”. Foram analisados 106 modelos nacionais.

Os pesquisadores constataram um crescimento do peso do trator em função do aumento da potência. Além disso, eles observaram que as máquinas mais leves estão muito pesadas se forem levados em consideração os parâmetros ideais. “Estes tratores pequenos, quando executam operações leves, perdem potência e energia para vencer a resistência ao rolamento adicional ocasionada pelo excesso de peso, o que resulta em diversos prejuízos, tais como maior consumo de combustível, aumento da compactação do solo e menor capacidade operacional. Levando-se em consideração que, para o agricultor, não é possível diminuir essa relação, pois não há como retirar peso, a minimização desse problema deve ser buscada por ocasião da compra do trator”, explicam no artigo.

Em relação aos tratores mais pesados, a equipe verificou há uma grande dependência de lastragem, que necessita de uma maior capacitação dos usuários: “como geralmente, no Brasil, o nível de formação dos usuários é baixo, isso dificulta a eficiente utilização dos tratores com essas características. É comum o agricultor adquirir um trator de grande potência e baixa relação peso/potência, e subutilizá-lo por não lastrá-lo corretamente e não adequar a velocidade de trabalho”.

Dessa forma, os pesquisadores alertam para a importância de se escolher corretamente o trator na hora da compra. Só assim será possível utilizar adequadamente as máquinas, destinando-as às tarefas que estão de acordo com a sua capacidade. Isso contribuirá também para uma redução dos custos, para uma maior eficiência e para melhores resultados.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)