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Pesquisa avalia prevalência de fluorose dentária em JP
Resultados mostram que uma prevalência acima do esperado, com uma taxa de 29,2%. A maioria dos casos, no entanto, foi de pouco comprometimento estético sob o ponto de vista dos profissionais.
O uso de flúor em produtos dentais, especificamente em dentifrícios, é considerado uma das principais razões do declínio do índice de cáries em inúmeros países e áreas industrializadas como o Brasil. O excesso de flúor, no entanto, induz efeitos tóxicos, afetando o processo de mineralização dos dentes e causando o que se chama de fluorose dentária. Nesse sentido, Thiago Carvalho e equipe da Universidade Federal da Paraíba resolveram determinar a prevalência e a severidade de fluorose dentária em estudantes de 12 a 15 anos de idade de João Pessoa (PB) antes da implantação de um programa de fluoretação de águas.
Participaram do estudo 1.114 alunos, e o uso de dentifrício fluoretado também foi investigado. De acordo com artigo publicado na edição de número três de 2007 da revista Brazilian Oral Research, a fluorose dentária é um problema de saúde pública em algumas localidades brasileiras devido a alta ingestão de flúor que se dá pela fluoretação das águas ou pela associação entre a fluoretação de águas e ingestão descontrolada de produtos fluoretados, particularmente de dentrifícios.
Os resultados demonstram uma prevalência de fluorose acima do esperado, com uma taxa de 29,2%. A maioria dos estudantes informou que faz uso de dentifrícios desde a infância; 95% dos participantes preferiam marcas com 1.500 ppm de flúor e 40% confirmaram que usualmente ingeriam ou ainda ingerem dentifrício durante a escovação. De acordo com a equipe, a prevalência de fluorose entre estudantes de João Pessoa é acima do esperado para uma cidade sem fluoretação de águas. No entanto, apesar de a maioria dos estudantes usar dentifrícios fluoretados, e quase a metade deles ingerir dentifrício quando escova, a maioria dos casos foi de pouco comprometimento estético sob o ponto de vista dos profissionais, o que sugere que a fluorose não se constitui em um problema de saúde pública nesta localidade.
De qualquer forma, os especialistas alertam para a necessidade de um programa de fluoretação de águas controlado. O programa de fluoretação das águas de João Pessoa pode ser recomendado com segurança. No entanto, um aumento dos casos de fluorose dentária, devido à associação entre a ingestão de dentifrícios e a fluoretação das águas, é esperado. Por outro lado, é importante ressaltar que um aumento na prevalência de fluorose não quer dizer um aumento na gravidade da fluorose. Com os resultados deste estudo em mãos, é difícil identificar as causas envolvidas na fluorose, mas é possível dizer que a fluoretação das águas não tem qualquer efeito sobre a prevalência atual de fluorose observada no grupo do estudo.
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